Na edição de sexta feira passada do «Jornal de Negócios» a Esquina rezava assim:
A ESQUINA DO RIO
(resumo dos dias que passam)
NO PAÍS – A negociação das transmissões televisivas da Super Liga, a interessante conjugação do trabalho de Trapattoni e de José Veiga e os respectivos resultados alcançados pelo Benfica deram o pontapé de saída; a admissão de erro por parte de Pinto da Costa na contratação de Del Neri e a nota oficial, declarando que a transmissão da final da Supertaça Europeia deve ser assegurada por um canal de sinal aberto, foram os episódios seguintes que dominaram a semana nacional, muito mais que a nova e importante Lei das Rendas que se vai discutir no início da nova sessão legislativa do Parlamento e que este jornal ontem aqui mostrou.
NO PS – Os três candidatos apresentaram as respectivas moções. João Soares apontou a regionalização como uma prioridade num partido que deseja «coerente, activo, interveniente e solidário». José Sócrates quer construir uma esquerda moderna e preconizou novos «Estados Gerais». Manuel Alegre propõe-se «modernizar o socialismo, modernizar a democracia, modernizar o país» e acusa Sócrates de ter o apoio de 95% do aparelho do partido. Uma sondagem on-line no site de João Soares dava a maioria dos votos a Sócrates com 51,7% dos votos dos mnilitantes socialistas. Numa sondagem idêntica no site da revista «Visão», quinta-feira de manhã, com cerca de 7000 votos expressos, Manuel Alegre recolhia 37,1%, José Sócrates 29,5% e João Soares 22,3%.
NO PSD – Reprogramações do Programa Pólis provocaram reacções diversas: Luis Filipe Menezes ameaçou demitir-se da Câmara de Gaia e provocar eleições antecipadas e Fernando Ruas, o autarca de Viseu que dirige a Associação Nacional de Municípios, admitiu que a programação financeira do Pólis seja ajustada à programação física do decorrer das obras. É mais que uma mera diferença de estilos – aqui estão duas maneiras de viver a política.
EM ATENAS: Todos os portugueses que conquistaram medalhas nos Jogos Olímpicos são exemplo para os desqualificados elementos da selecção de futebol e respectiva federação.
DÚVIDA: Rem Koolhaas foi o arquitecto autor do projecto da Casa da Música, obra iniciada em 1998 e que neste momento vai com uma factura três vezes superior ao plaaneado. Os seus projectos para a Biblioteca Municipal em Seattle e para o edifício da Tlevisão da China em Pequim são obras elogiadas em todo o mundo e que levantam as maiores expectativas. Seria curioso ouvi-lo sobre o que correu mal em Portugal.
NÚMEROS: Os Estados Unidos investem mais 130 mil milhões de euros que a União Europeia em investigação científica. A Suécia dedica ao assunto 4,3% do PIB, o Japão 3,1%, os Estados Unidos 2,7% e Portugal 0,9%.
MODA: Agências turísticas norte-americanas estão a oferecer excursões aos pontos visitados pelo personagem Robert Langdon no romance «O Codigo Da Vinci» por 2290 dolares e a procura é surpreendente. Em Milão formam-se filas enormes na Igreja de Santa Maria Della Grazie para ver o original da «Última Ceia» de Leonardo Da Vinci, obra que no mesmo livro se diz mostrar Maria Madalena (e não um apóstolo) do lado esquerdo de Jesus Cristo.
O MELHOR DA SEMANA: Nuno Cardoso, um cientista português, liderou a equipa que encontrou o mais pequeno planeta já descoberto fora do sistema solar.
O PIOR DA SEMANA: A sucessão de disparates em torno da questão das nomeações para os Gabinetes do Governo – falta de seriedade de quem acusa, falta de rigôr sobre uma matéria que está clara e transparente no «Diário da República». Demagogia, politiquice baixa e muito pouco moderna.
PERGUNTA: Porque é que o facto de Vladimir Putin ter salvo uma gaivota que estava com uma asa partida, caída à porta da sua casa de férias, dá notícia em tantos jornais?
SUGESTÃO: Uma ida ao cinema para ver o filme «Agente Triplo» de Eric Rohmer.