February 12, 2008

BOM – A persistente atitude do CDS no Parlamento, a marcar a agenda, a obrigar à presença de quem o PS procura evitar que se explique perante os deputados. Praticamente a única oposição visível.


MAU – A machadada no ensino artístico que a actual Ministra da Educação pretende fazer no âmbito da reestruturação do sistema educativo português. Uma das faces já visíveis é o fim do ensino especializado da música.


O MUNDO AO CONTRÁRIO – Um agente da PSP, do Porto, fazia horas extraordinárias como segurança numa casa dedicada à prostituição. Depois admiram-se que a polícia crie desconfianças nos cidadãos…


PESADELO – A proliferação recente de «lounges», na generalidade sem pinta de graça, a maior parte com música fracota demasiado alta, e as mais das vezes muito fracos – mas mesmo muito – do ponto de vista do serviço e do ponto de vista da qualidade da comida servida. Não basta um arquitecto copista, uma imitação de DJ, umas roupas engraçadas e um ar antipático para fazer um local de atendimento público. Toda esta gente que anda a copiar «lounges» deveria estagiar um ano a lavar pratos em Nova Iorque para perceber como o sorriso, a simpatia e a qualidade do serviço são a única possibilidade de ter algum sucesso. Os «lounges» de agora são a versão contemporânea dos snack bares de balcão cromado dos anos 70, com a agravante de o serviço ser pior.


DESCOBRIR – O novo blog de Patrícia Reis. Short stories fantásticas, imagens bem escolhidas. A ver em www.vaocombate.blogspot.com.


PETISCAR – Os crackers e biscoitos dos Paladares de S. Sebastião, um misto entre padaria e restaurante a cair para o self service. Nas comidas destaque-surpresa para uma versão portuguesa (na envolvente e no recheio) do strudel – nesta caso um strudel de bacalhau num pão de mistura com o formato da chapata. Rua de São Sebastião da Pedreira 25 A. Não há reservas, senta-se quem chega primeiro. À saída compre um pacote de crackers ou de biscoitos.


VER – Natxo Checa é o curador da exposição «Abissologia» , de João Maria Gusmão e Pedro Paiva,, uma produção da galeria a Zé dos Bois no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, até 7 de Fevereiro.


LER – Neste tempo em que as revistas se segmentam cada vez mais, é curioso seguir a «L’Arte», uma muito bem elaborada revista sobre o mundo das artes plásticas. Polémica, incisiva, bem informada, a «L’Arte» é leitura indispensável para todos quantos gostam de seguir as exposições que as diversas galerias apresentam, de estar a par dos principais leilões e de perceber o valor relativo dos vários artistas no mercado.


OUVIR – Confesso que tenho uma recorrente paixão pela sonoridade de Philip Glass e admito com toda a facilidade que as palavras de Leonard Cohen sempre me emocionaram. Quando estes dois nomes se juntam para fazer música, o resultado merece ser ouvido. Estava algures entre o receio e a curiosidade quando coloquei a tocar «Book Of Longing», o registo de um espectáculo concebido por Glass e Cohen e estreado ao vivo no Festival de Spoleto, nos Estados Unidos. A ideia foi baseada num livro, com o mesmo título, com poemas e desenhos de Leonard Cohen, editado em meados de 2006. Trata-se da primeira recolha de poemas de Cohen em 20 anos, desde que tinha editado «Book Of Silence». Neste «Book Of Longing», Glass teve a ideia de partir das palavras de Cohen para criar uma obra musical, fazendo-se rodear de instrumentistas e cantores de géneros diversos (do rock à música clássica). A apresentação ao vivo, em estreia, ocorreu há cerca de um ano e estreou e no final do ano passado surgiu a edição em disco, acompanhada de um livrinho com os poemas e alguns dos desenhos de Cohen. Ao todo são 22 canções fantásticas - e algumas delas inesperadas. Cohen surge no disco declamando alguns dos seus poemas ou fazendo curtas introduções. Glass, ele próprio, toca teclas. Duplo CD, Edição Omm, comprada na Amazon.


PERGUNTANDO – O que é que Scolari anda a fazer? A tentar ser o seleccionador dos fiascos?


BACK TO BASICS – Estar na política é um pouco como ser treinador de futebol: tem que se ser suficientemente esperto para perceber o jogo e estúpido ao ponto de se achar que é uma actividade importante (Eugene McCarthy)