October 02, 2006

TENDÊNCIAS - Os principais anunciantes norte-americanos estão a seguir a mesma tendência nos próximos orçamentos de marketing:menos spots de 30 segundos para televisão, mas mais product placement e mais patrocínios de programas. Os novos media começam também a reter somas significativas: a Coca Cola decidiu que 25 milhões de dólares serão investidos nesses novos suportes, seja na Internet, em Digital Vídeo Recorders (DVR’s), Vídeo On Demand (VOD) , jogos ou em sistemas móveis.

DESACELERAÇÃO – A atenção redobrada dada a novos formatos digitais, nomeadamente os que funcionam sobre dispositivos móveis, levou já a Yahoo a prever um abrandamento no crescimento da publicidade on line, que este ano nos Estados Unidos valerá oito mil milhões de dólares, contra 7,2 no ano passado. A Yahoo sozinha é responsável por 1,15 mil milhões de dólares, investidos sobretudo no Yahoo Mail, bem à frente do seu mais directo rival, o MySpace. A quota da Internet no investimento publicitário global nos Estados Unidos deve subir dos 3,7% de 2005 para 8,3% em 2012, segundo previsões divulgadas pela Merril Lynch.

JORNALISMO – A nova campanha publicitária do «New York Times» coloca a tónica num ponto pouco vulgar – a qualidade da reportagem e do jornalismo do diário. O novo slogan é «These Times Demand The Times», e o spot televisivo, filmado na redacção, acaba com a frase: «It’s about the quality of the journalism. Period. End of story.» . A nova campanha substitui a anterior, «Expect The World», que foi utilizada nos anos mais recentes. Os responsáveis de marketing do jornal sublinham que neste período de crise da imprensa, a qualidade do jornalismo e o rigor da reportagem são os valores principais de qualquer marca na área da informação. A edição de Domingo do «New York Times» vende um milhão e seiscentos mil exemplares e oferece sob diversas formas promocionais mais 83 000 exemplares. Números simpáticos.

MULTAS – Parece que uma extraordinária entidade lisboeta que é a EMEL vai alargar o seu poder de passar multas de estacionamento – é a maior declaração da ineficácia e inutilidade dessa coisa bizarra que é a Polícia Municipal e que conta entre as suas prioridades a fiscalização e ordenamento do estacionamento. Lisboa está a ficar uma prepotente que pratica o desrespeito continuado pelos seus residentes, pelos munícipes e onde o abuso de poder é oficialmente estimulado. As novas tarifas e poderes da EMEL são um escândalo, um roubo à mão armada que penaliza quem vive na cidade. Uma vergonha.

UNIVERSIDADE – Os alunos da segunda fase de candidaturas ao Ensino Superior vão ter que esperar mais de um mês pelas colocações e é mais que certo que muitos alunos com médias altas não conseguirão entrar para os cursos que pretendiam porque na primeira fase houve vagas ocupadas por alunos com médias baixas. Que sistema é este? Que justiça é esta? Que lógica existe?

VER - «Voltar», o novo filme de Pedro Almodóvar. É uma história bizarra à volta de três gerações de mulheres da mesma família, por vezes previsível no enquadramento da obra do autor, mas com algumas soluções de realização inesperadas (alguns enquadramentos, a presença de uma equipa de filmagens na própria acção) , momentos épicos e irresistivelmente divertidos. Alguns diálogos extraordinários e uma interpretação absolutamente magnética de Pénélope Cruz, no papel principal, Raimunda., fazem deste filme uma das melhores propostas para estas noites de fim de Verão e início de Outono.

OUVIR – Regina Belle nasceu em New Jersey e cresceu a ouvir e a cantar gospel e soul. Estudou jazz e opera e na sua carreira cantou ao lado de nomes como Peabo Bryson e Kool & The Gang. «Lazy Afternoon» é um disco editado originalmente em 2004. Fazendo jus ao título, o álbum começa com canções de jazz boas para uma tarde preguiçosa, mas com o andar das faixas vai nascendo uma noite bem quente, com rhythm and blues bem ritmados. Destaque para a interpretação de «Fly Me To The Moon» popularizada por Sinatra e por uma arrebatadora homenagem a Otis Redding com «Try A Little Tenderness».

PERGUNTA VADIA – Porque será que os deputados são considerados pelos eleitores como sendo os políticos com menor credibilidade? (sondagem «Correio da Manhã»).

BACK TO BASICS – Os políticos são sempre o mesmo: prometem construir uma ponte mesmo nos sítios onde não existe nenhum rio –Nikita Khrushchev.