O MISTÉRIO
O Ministro António Costa teve a coragem de tocar no ponto crucial da questão dos incêndios: a prevenção não funcionou. Para isto ter chegado a este ponto há um conjunto de razões e essas é que todos gostávamos de ver resolvidas.
Em primeiro lugar há incêndios porque eles servem aos interesses económicos de muita gente. O terreno dos interesses é vasto, suspeita-se que acidentado, e embora isto possa parecer uma heresia, provavelmente junta quem lucra com a madeira ardida e quem lucra com o combate aos incêndios. Os incêndios, em si, a triste verdade é esta, transformaram-se numa indústria macabra. É o mistério mais mal escondido de Portugal.
Mas António Costa tocou noutro ponto: o dos fundamentalismos ambientais. Provavelmente sabe do que fala e tem carradas de razão. Portugal anda desde há uns anos a ser governado por um lobby que faz do ambiente uma bandeira para facturar – o Primeiro Ministro deve saber bem disso, de quando ocupou a pasta do ambiente. Alguns ambientalistas estão ao nível dos piores patos bravos, apenas que em sentido contrário. Têm escritório montado, operação de realções públicas em funcionamento e fazem lucrativas consultorias ao Estado. António Costa teve coragem em os denunciar, esperamos que tenha força para resolver o problema. Os ambientalistas bloqueiam os interesses públicos e raramente o fazem nos interesses privados, já repararam?
E em terceiro lugar há o eterno e omnipresente Ministério das Finanças. Está dito e redito que uma parte imensa da floresta portuguesa é um imbróglio jurídico de heranças mal resolvidas – mas é também um caso social grave. Muita gente que herdou pequenas parcelas não tem dinheiro para as manter e limpar. Um Mistério das Finanças que fosse próximo dos cidadãos e do país (e não dos diktat de Bruxelas) podia pensar em fazer deduções à colecta dos gastos incorridos na limpeza de matas, na base de um custo determinado por área definida – ou temos ilusões de que no interior das zonas florestais não se conhece o que são facturas nem IVA, por mais que Bruxelas urre e espernei?. Será que ninguém pode explicar aos burocratas que melhor é deduzir x por metro quadrado limpo que deixar arder hectares por falta de factura legalmente aceitável?
O país profundo vive longe da Europa, de Bruxelas e mesmo do simplex. Experimentem estar numa aldeia do interior e pedir a um trabalhador rural para passar um recibo verde respeitante à limpeza de uma mata. Alguém acredita na seriedade de um Estado que não reconhece a realidade do que administra?
O Ministro António Costa teve a coragem de tocar no ponto crucial da questão dos incêndios: a prevenção não funcionou. Para isto ter chegado a este ponto há um conjunto de razões e essas é que todos gostávamos de ver resolvidas.
Em primeiro lugar há incêndios porque eles servem aos interesses económicos de muita gente. O terreno dos interesses é vasto, suspeita-se que acidentado, e embora isto possa parecer uma heresia, provavelmente junta quem lucra com a madeira ardida e quem lucra com o combate aos incêndios. Os incêndios, em si, a triste verdade é esta, transformaram-se numa indústria macabra. É o mistério mais mal escondido de Portugal.
Mas António Costa tocou noutro ponto: o dos fundamentalismos ambientais. Provavelmente sabe do que fala e tem carradas de razão. Portugal anda desde há uns anos a ser governado por um lobby que faz do ambiente uma bandeira para facturar – o Primeiro Ministro deve saber bem disso, de quando ocupou a pasta do ambiente. Alguns ambientalistas estão ao nível dos piores patos bravos, apenas que em sentido contrário. Têm escritório montado, operação de realções públicas em funcionamento e fazem lucrativas consultorias ao Estado. António Costa teve coragem em os denunciar, esperamos que tenha força para resolver o problema. Os ambientalistas bloqueiam os interesses públicos e raramente o fazem nos interesses privados, já repararam?
E em terceiro lugar há o eterno e omnipresente Ministério das Finanças. Está dito e redito que uma parte imensa da floresta portuguesa é um imbróglio jurídico de heranças mal resolvidas – mas é também um caso social grave. Muita gente que herdou pequenas parcelas não tem dinheiro para as manter e limpar. Um Mistério das Finanças que fosse próximo dos cidadãos e do país (e não dos diktat de Bruxelas) podia pensar em fazer deduções à colecta dos gastos incorridos na limpeza de matas, na base de um custo determinado por área definida – ou temos ilusões de que no interior das zonas florestais não se conhece o que são facturas nem IVA, por mais que Bruxelas urre e espernei?. Será que ninguém pode explicar aos burocratas que melhor é deduzir x por metro quadrado limpo que deixar arder hectares por falta de factura legalmente aceitável?
O país profundo vive longe da Europa, de Bruxelas e mesmo do simplex. Experimentem estar numa aldeia do interior e pedir a um trabalhador rural para passar um recibo verde respeitante à limpeza de uma mata. Alguém acredita na seriedade de um Estado que não reconhece a realidade do que administra?
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