October 09, 2006

CONHECER – Após um ano de trabalho, o American Press Institute (www.americanpressinstitute.org) divulgou o primeiro estudo sério (93 páginas), feito com o objectivo de ajudar a redefinir e recuperar o sector da imprensa, dos jornais diários em particular. Intitulado «Blueprint For Transformation» e elaborado pela equipa do projecto «Newspaper Next» (www.newspapernext.org) este estudo demonstra que a circulação, audiência e receitas publicitárias dos jornais estão a encolher mais depressa do que a penetração e a publicidade online estão a aumentar. Em todos os casos estudados a receita para a crise foi semelhante: mais proximidade, sites que privilegiem a interacção com os leitores, leitura mais rápida, edições especiais segmentadas. Em resumo as empresas jornalísticas têm que repensar a forma como se organizam, como inovam e como elaboram a sua estratégia. Vale a pena fazer o download.

LUCRO – As cem maiores companhias de media dos Estados Unidos tiveram uma receita global de 268 mil milhões de dólares, com a internet e o cabo no papel de locomotivas de um crescimento de 6,6% em 2005. A maior empresa continua a ser a Time Warner, com receitas de 33,7 mil milhões, bastante à frente da segunda classificada, a Comcast, com 22 mil milhões. O sector da internet significa já 17 mil milhões em publicidade e assinatura de serviços, tornando-se num importante canal de distribuição, mas quem lidera é o cabo com 72 mil milhões.

CONFIANÇA – Um recente inquérito realizado nos Estados Unidos mostra que a maioria dos consumidores de informação (52%) deposita maior confiança nos formatos tradicionais dos media (jornais, revistas, TV e rádio) do que na informação fornecida pelos novos media, como sites, podcasts, blogs e pelo chamado «jornalismo dos cidadãos».

LER – Jeremy Bullmore dirigiu a J. Walter Thompson em Londres de 1976 a 1987 e foi também durante vários anos o presidente da Advertising Association britânica. É dono de um agudo sentido de observação, de um contagiante sentido de humor e de um enorme conhecimento do mercado publicitário. «Apples, Insights and Mad Inventors- an entertaining analysis of modern marketing» é uma compilação de algumas das suas conferências e textos, editada já este ano pela Wiley,e certamente um dos mais entusiasmantes livros sobre esta área que tive oportunidade de ler.

OUVIR- Inesperado, divertido, provocador – três palavras para uma descrição rápida de «Cê», o novo álbum de Caetano Veloso, onde a palavra se joga numa dimensão especial, onde o sexo é tema sempre presente e em que o rock é o veículo de excelência. É, de longe, um dos mais surpreendentes e cativantes discos de Caetano nos últimos anos, bem longe do conformismo papai-mamãe que parecia estar a marcar esta fase mais recente da sua carreira. A ouvir, mesmo. CD Universal

PETISCAR – Fruto de noitadas e de boas companhias dei comigo a especializar-me ultimamente em tostas. Numa das incursões mais recentes por este domínio fiquei deliciado a ensaiar uma tosta de queijo brie com azeitonas e rúcula, em pão saloio, que estava simplesmente delirante. O petisco deixou-se comer numa nova esplanada ribeirinha, na Doca do Bom Sucesso. O local chama-se «À Margem» e além das tostas há chás, refeições mais sérias e copos variados. Telefone 917 824 149.

VER – Lisboa está bem recheada de coisas para ver: (Re)volver, uma colectiva de esculturas, fotografias e instalações na Plataforma Revólver e as pinturas de Manuel Gantes na VPF Creamarte, ambas na Rua da Boavista 84º; a retrospectiva de João Paulo Feliciano na Culturgest; e o estado da nação do fotojornalismo no «World Press Photo», no CCB.

PERGUNTA VADIA – Se o caso de compras vultuosas de acções de um banco pelos seus principais dirigentes a 24 horas do anúncio de uma OPA se passasse nos Estados Unidos, o que aconteceria?

BACK TO BASICS – Um banqueiro é alguém disposto a emprestar o chapéu de chuva num dia de sol, mas que o exige logo de volta aos primeiros sinais de chuvisco. (Mark Twain)