UMA VIDA A DOIS
Os três discursos de Pedro Santana Lopes foram o melhor do Congresso do PSD mas também foram, quase, a única coisa. De facto Pedro Santana Lopes aproveitou o Congresso para falar ao país e pelo meio resolveu pormenores internos de organização do pessoal político. Não conseguiu, no entanto, evitar que a imagem que saíu do Congresso fosse a das reticências à continuação da coligação com o PP.
A força dos discursos de Pedro Santana Lopes mostrou, em contraste, as fraquezas do Congresso e, também, do partido. A única divergência palpável centra-se na política de alianças do PSD, ou seja, na coligação com o PP. Na realidade, neste congresso, ficou-se com a sensação de que uma parte audível do PSD preferiria soluções tipo «queijo limiano», do que alianças estáveis e negociadas que permitam traçar estratégias de médio-longo prazo.
Tenho para mim que esta dificuldade de aceitação de coligações tem origem no vazio ideológico em que o PSD foi mergulhando ao longo dos anos (e que no caso do PP, por exemplo, é muito menos sensível). Na inexistência de referências ideológicas claras, na ausência de inovação e discussão políticas, sem noção clara do lugar que quer ocupar no espectro político (centro? centro-esquerda? centro-direita?) o PSD teme, inconscientemente, ser subalternizado, perder espaço próprio.
Habituado desde há décadas a gerir conjunturas, o PSD tem enorme sentido táctico mas dificuldade em encontrar rumo estratégico e em inovar. Daí nascem muitos dos seus incómodos actuais. Viver a dois é um exercício de permanente imaginação e um desafio constante. Acontece que, se a direita quiser cumprir o seu programa e concretizar reformas, é forçoso manter esta união de facto. Sob pena de a pensão de alimentos ser caríssima.
Os três discursos de Pedro Santana Lopes foram o melhor do Congresso do PSD mas também foram, quase, a única coisa. De facto Pedro Santana Lopes aproveitou o Congresso para falar ao país e pelo meio resolveu pormenores internos de organização do pessoal político. Não conseguiu, no entanto, evitar que a imagem que saíu do Congresso fosse a das reticências à continuação da coligação com o PP.
A força dos discursos de Pedro Santana Lopes mostrou, em contraste, as fraquezas do Congresso e, também, do partido. A única divergência palpável centra-se na política de alianças do PSD, ou seja, na coligação com o PP. Na realidade, neste congresso, ficou-se com a sensação de que uma parte audível do PSD preferiria soluções tipo «queijo limiano», do que alianças estáveis e negociadas que permitam traçar estratégias de médio-longo prazo.
Tenho para mim que esta dificuldade de aceitação de coligações tem origem no vazio ideológico em que o PSD foi mergulhando ao longo dos anos (e que no caso do PP, por exemplo, é muito menos sensível). Na inexistência de referências ideológicas claras, na ausência de inovação e discussão políticas, sem noção clara do lugar que quer ocupar no espectro político (centro? centro-esquerda? centro-direita?) o PSD teme, inconscientemente, ser subalternizado, perder espaço próprio.
Habituado desde há décadas a gerir conjunturas, o PSD tem enorme sentido táctico mas dificuldade em encontrar rumo estratégico e em inovar. Daí nascem muitos dos seus incómodos actuais. Viver a dois é um exercício de permanente imaginação e um desafio constante. Acontece que, se a direita quiser cumprir o seu programa e concretizar reformas, é forçoso manter esta união de facto. Sob pena de a pensão de alimentos ser caríssima.
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