TELEVISÃO – Se fosse ao Dr. Balsemão ficaria preocupado com os resultados de audiências mais recentes da SIC e furioso com a RTP, que continua em guerra aberta pelo segundo lugar na preferência dos telespectadores. É uma guerra de significado político claro, actualmente o telejornal da SIC já fica praticamente sempre em terceiro lugar e a perca de influência informativa em relação à estação financiada pelo Estado é cada vez mais evidente.
ERC – Os relatórios da ERC parecem-se cada vez mais com tentativas de branquear a acção do Governo nas relações com a Comunicação Social. A recente sugestão da criação de um conjunto de normas para regulamentar a relação dos assessores governamentais com os jornalistas é absolutamente sintomática do delírio reinante: o trabalho dos assessores de imprensa dos políticos é tentar evitar que surjam notícias desfavoráveis, procurar publicitar factos agradáveis e acima de tudo evitar as verdades incómodas. Querer regulamentar esta linha de acção é por junto institucionalizar a manipulação como parte do processo informativo. Simplesmente lamentável.
PSD – Quando um partido político tem de escolher entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, é muito mau sinal; é uma escolha entre uma pessoa estimável mas sem chama e um autêntico lança chamas cujo combustível é o populismo. A situação da direita e do centro direita assemelha-se a uma piscina a que abriram o ralo – anda num remoinho, mas fica cada vez mais vazia.
PROCURA – Suscitou muita procura e pedido de informação à referência ao mais recente número da «Monocle», aqui feita na semana passada. Vários quadrantes da autarquia perguntaram onde a poderiam obter. Folgo em saber que se interessam pelo tema das políticas para as cidades. A «Monocle» é uma revista fundada por Tyler Brûlé (o homem que também criou a «Wallpaper» e agora escreve aos sábados no International Herald Tribune) e esta sua nova publicação está cada vez melhor.
LISBOA – Eu acho que uma das áreas onde os escritos da «Monocle» sobre as cidades têm mais relevância é na vida cultural e na oferta de entretenimento que existe nas urbes. Aguarda-se que o novo executivo camarário dê algum sinal sobre o que nessa área tenciona fazer – tanto mais que o programa eleitoral de António Costa nesta matéria era de uma pobreza franciscana, limitando-se a meia dúzia de lugares comuns e com muito pouca correspondência com o que já é a realidade de Lisboa e a relação que deve manter com as instituições nacionais existentes na cidade. A este propósito foi sintomático o silêncio, quer do Presidente da Câmara, quer da sua vereadora da Cultura, em relação ao caso do afastamento da Directora do Museu Nacional de Arte Antiga. Submissão à política governamental ou falta de interesse ou/e conhecimento sobre o assunto?
LER – Gosto de livros de espionagem e um dos mais deliciosos que me lembro de ler foi devorado nestes últimos dias. Chama-se «O Correspondente» e relata as peripécias de um grupo de refugiados italianos que tentam combater Mussolini a partir de Paris, em vésperas do início da II Grande Guerra. É a história das tensões entre as diplomacias e as suas extensões nos serviços secretos do Reino Unido, França, Itália e Alemanha. O seu autor, Alan Furst, escreveu oito novelas de espionagem antes desta – porventura a que se tornou mais conhecida – e vê-se que domina o género. A forma da sua escrita combina a acção com a emoção, um estilo que por vezes corre mal mas que neste «O Correspondente» resulta da melhor forma.
BEBIDA – Embora este verão não esteja a ser muito quente, daqui saúdo a mais recente guerra das cervejas, em torno do formato «mini». A mini é uma garrafa de 20 cl, ou seja mais ou menos o mesmo que uma imperial. Este ano a Sagres convidou uma série de designers a refazerem as suas garrafas numa edição limitada com muita graça e lançou a Bohemia mini e a Super-Bock voltou a atacar no formato reduzido. Parece que as minis são sobretudo populares abaixo do Tejo e que a Sagres tem sido líder no segmento. O esforço da Super Bock para entrar no reino das minis é bem vindo. Eu gosto das minis, é um formato que apela a ser bebido directamente da garrafa, sem aquecer no transbordo para um copo. Direitinhas do frigorífico as minis são uma das boas coisas deste nosso Portugal.
OUVIR – Nestas férias uma presença constante tem sido uma recente edição dos quartetos para cordas de Brahms (e do quinteto para cordas e piano), gravadas por ocasião do 30º aniversário do Emerson String Quartet , aqui, no quinteto, com a participação do pianista Leon Fleisher. CD duplo Deutsche Grammophon.
BACK TO BASICS – Os politicos contam mentiras aos jornalistas e depois acreditam no que lêem (Alan Furst, adaptado, retirado de «O Correspondente»).
ERC – Os relatórios da ERC parecem-se cada vez mais com tentativas de branquear a acção do Governo nas relações com a Comunicação Social. A recente sugestão da criação de um conjunto de normas para regulamentar a relação dos assessores governamentais com os jornalistas é absolutamente sintomática do delírio reinante: o trabalho dos assessores de imprensa dos políticos é tentar evitar que surjam notícias desfavoráveis, procurar publicitar factos agradáveis e acima de tudo evitar as verdades incómodas. Querer regulamentar esta linha de acção é por junto institucionalizar a manipulação como parte do processo informativo. Simplesmente lamentável.
PSD – Quando um partido político tem de escolher entre Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, é muito mau sinal; é uma escolha entre uma pessoa estimável mas sem chama e um autêntico lança chamas cujo combustível é o populismo. A situação da direita e do centro direita assemelha-se a uma piscina a que abriram o ralo – anda num remoinho, mas fica cada vez mais vazia.
PROCURA – Suscitou muita procura e pedido de informação à referência ao mais recente número da «Monocle», aqui feita na semana passada. Vários quadrantes da autarquia perguntaram onde a poderiam obter. Folgo em saber que se interessam pelo tema das políticas para as cidades. A «Monocle» é uma revista fundada por Tyler Brûlé (o homem que também criou a «Wallpaper» e agora escreve aos sábados no International Herald Tribune) e esta sua nova publicação está cada vez melhor.
LISBOA – Eu acho que uma das áreas onde os escritos da «Monocle» sobre as cidades têm mais relevância é na vida cultural e na oferta de entretenimento que existe nas urbes. Aguarda-se que o novo executivo camarário dê algum sinal sobre o que nessa área tenciona fazer – tanto mais que o programa eleitoral de António Costa nesta matéria era de uma pobreza franciscana, limitando-se a meia dúzia de lugares comuns e com muito pouca correspondência com o que já é a realidade de Lisboa e a relação que deve manter com as instituições nacionais existentes na cidade. A este propósito foi sintomático o silêncio, quer do Presidente da Câmara, quer da sua vereadora da Cultura, em relação ao caso do afastamento da Directora do Museu Nacional de Arte Antiga. Submissão à política governamental ou falta de interesse ou/e conhecimento sobre o assunto?
LER – Gosto de livros de espionagem e um dos mais deliciosos que me lembro de ler foi devorado nestes últimos dias. Chama-se «O Correspondente» e relata as peripécias de um grupo de refugiados italianos que tentam combater Mussolini a partir de Paris, em vésperas do início da II Grande Guerra. É a história das tensões entre as diplomacias e as suas extensões nos serviços secretos do Reino Unido, França, Itália e Alemanha. O seu autor, Alan Furst, escreveu oito novelas de espionagem antes desta – porventura a que se tornou mais conhecida – e vê-se que domina o género. A forma da sua escrita combina a acção com a emoção, um estilo que por vezes corre mal mas que neste «O Correspondente» resulta da melhor forma.
BEBIDA – Embora este verão não esteja a ser muito quente, daqui saúdo a mais recente guerra das cervejas, em torno do formato «mini». A mini é uma garrafa de 20 cl, ou seja mais ou menos o mesmo que uma imperial. Este ano a Sagres convidou uma série de designers a refazerem as suas garrafas numa edição limitada com muita graça e lançou a Bohemia mini e a Super-Bock voltou a atacar no formato reduzido. Parece que as minis são sobretudo populares abaixo do Tejo e que a Sagres tem sido líder no segmento. O esforço da Super Bock para entrar no reino das minis é bem vindo. Eu gosto das minis, é um formato que apela a ser bebido directamente da garrafa, sem aquecer no transbordo para um copo. Direitinhas do frigorífico as minis são uma das boas coisas deste nosso Portugal.
OUVIR – Nestas férias uma presença constante tem sido uma recente edição dos quartetos para cordas de Brahms (e do quinteto para cordas e piano), gravadas por ocasião do 30º aniversário do Emerson String Quartet , aqui, no quinteto, com a participação do pianista Leon Fleisher. CD duplo Deutsche Grammophon.
BACK TO BASICS – Os politicos contam mentiras aos jornalistas e depois acreditam no que lêem (Alan Furst, adaptado, retirado de «O Correspondente»).