ANTÓNIO COSTA – O novo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa fazia bem em ler a edição de Julho/Agosto da revista «Monocle», que elaborou uma lista das 20 melhores cidades do mundo para se viver, explicando o porquê da escolha. Lisboa, infelizmente, não está na lista – mas Madrid está, assim como Barcelona. Esta edição inclui ainda artigos sobre estratégias urbanas e uma análise dos pontos críticos que determinam a qualidade de vida numa cidade. Existem cinco recomendações que saliento: trazer pequenas indústrias não poluentes e tecnológicas, ateliers e oficinas para o centro das cidades; garantir que as metrópoles tenham vida ao longo de todas as 24 horas do dia; nomear um director criativo com uma forte visão, que possa criar uma marca própria para cada cidade – e a «Monocle» sublinha que o director criativo responsável por desenvolver a marca da cidade NÃO pode ser o respectivo Presidente de Câmara; garantir espaço exterior – todos os novos edifícios devem oferecer espaço exterior aos seus habitantes, sob a forma de varandas, pátios e terraços no tecto; um esforço forte em criar pequenas aldeias dentro das metrópoles, por forma a dinamizar o sentido de comunidade, fazer desenvolver o pequeno comércio e incentivar as deslocações pedestres.
RECOMENDAÇÕES – A mesma edição da «Monocle» estabelece, em cada uma das 20 cidades recomendadas, uma análise dos principais parâmetros das respectivas avaliações com base em indicadores concretos – dos espaços verdes à segurança, passando pela vida nocturna e oferta cultural. Vale a pena notar que este ano, desde Maio, pela primeira vez na História da humanidade, a população que vive nas cidades passou a ser mais numerosa do que a que vive nos campos. Esta transformação, esta «urbanização» do mundo, coloca problemas e questões e a «Monocle» estuda o tema com seriedade. Um artigo a ler vem assinado por Charles Landry, o director da firma de consultores «Comedia», que se dedica à estratégia de desenvolvimento urbano e foi um dos precursores da ideia das cidades criativas. O seu livro mais recente chama-se «The Art Of City Making» e o tema do seu artigo é «Como construir uma metrópole». Se eu estivesse no governo de uma cidade googlava o seu nome e instruía-me um pouco. Por fim destaco ainda nesta edição o inventário das coisas que devem existir num bairro e os 25 items que podem fazer toda a diferença numa cidade, desde a ligação ao aeroporto até às estações de caminho de ferro, passando pelos wi-fi hot spots.
OUVIR – No início dos anos 80 um dos meus grupos preferidos era um trio que dava pelo nome de Young Marble Giants. Originários de Cardiff, os Young Marble Giants giravam em torno dos irmãos Philip e Stuart Moxham, que asseguravam baixo, guitarra ritmo e orgão electrónico. Alison Statton cantava de uma forma suave e sensível, perfeitamente adequada às composições lineares e envolventes de Stuart. Desde cedo o trio passou a ser acompanhado em teclados, caixas de ritmos e electrónica diversa por Peter Joyce. A carreira da banda começou em 1978 mas o seu disco histórico, «Colossal Youth» é de 1980 (primeira edição ainda em vinyl) e é um marco na música dessa década. Os Young Marble Giants, recordo, eram uma das bandas referência da Rough Trade, uma das históricas editoras independentes que moldaram o som desses tempos. Por iniciativa de uma outra editora independente, contemporânea, a Domino, este ano foi editada uma caixa de três CD’s que inclui o álbum «Colossal Youth», um CD que agrupa o EP «Testcard», o single «Final Day» e registos da gravação do álbum «Salad Days». O terceiro CD da caixa reproduz a actuação da banda no programa de rádio do histórico DJ da BBC John Peel, gravado em Agosto de 1980. A melhor maneira de adquirir a caixa é através da Amazon do Reino Unido.
COMER – Quando lhe apetecer comida italiana, ambiente calmo e uma boa esplanada experimente o Specchio, em Alcântara. A lista é extensa e variada, desde as pizzas aos risottos e massas frescas. O serviço é atento, eficaz, simpático e rápido, uma verdadeira raridade nos tempos que correm. Nas entradas destaco umas gambas salteadas em vinho branco de Puglia e o carpaccio do chefe, muito bem temperado. Na zona mais substancial a mesa decidiu-se por várias pizzas, massa fina e estaladiça, cobertura sem exageros de queijo, todas confeccionadas com cuidado. O Specchio fica no interior do complexo Alcântara Rio, Rua Fradesso da Silveira nº4, Loja 7, tel 213 621 677.
BACK TO BASICS – Todas as actividades podem ser criativas quando quem as faz se esforça por as fazer cada vez melhor – John Updike.
RECOMENDAÇÕES – A mesma edição da «Monocle» estabelece, em cada uma das 20 cidades recomendadas, uma análise dos principais parâmetros das respectivas avaliações com base em indicadores concretos – dos espaços verdes à segurança, passando pela vida nocturna e oferta cultural. Vale a pena notar que este ano, desde Maio, pela primeira vez na História da humanidade, a população que vive nas cidades passou a ser mais numerosa do que a que vive nos campos. Esta transformação, esta «urbanização» do mundo, coloca problemas e questões e a «Monocle» estuda o tema com seriedade. Um artigo a ler vem assinado por Charles Landry, o director da firma de consultores «Comedia», que se dedica à estratégia de desenvolvimento urbano e foi um dos precursores da ideia das cidades criativas. O seu livro mais recente chama-se «The Art Of City Making» e o tema do seu artigo é «Como construir uma metrópole». Se eu estivesse no governo de uma cidade googlava o seu nome e instruía-me um pouco. Por fim destaco ainda nesta edição o inventário das coisas que devem existir num bairro e os 25 items que podem fazer toda a diferença numa cidade, desde a ligação ao aeroporto até às estações de caminho de ferro, passando pelos wi-fi hot spots.
OUVIR – No início dos anos 80 um dos meus grupos preferidos era um trio que dava pelo nome de Young Marble Giants. Originários de Cardiff, os Young Marble Giants giravam em torno dos irmãos Philip e Stuart Moxham, que asseguravam baixo, guitarra ritmo e orgão electrónico. Alison Statton cantava de uma forma suave e sensível, perfeitamente adequada às composições lineares e envolventes de Stuart. Desde cedo o trio passou a ser acompanhado em teclados, caixas de ritmos e electrónica diversa por Peter Joyce. A carreira da banda começou em 1978 mas o seu disco histórico, «Colossal Youth» é de 1980 (primeira edição ainda em vinyl) e é um marco na música dessa década. Os Young Marble Giants, recordo, eram uma das bandas referência da Rough Trade, uma das históricas editoras independentes que moldaram o som desses tempos. Por iniciativa de uma outra editora independente, contemporânea, a Domino, este ano foi editada uma caixa de três CD’s que inclui o álbum «Colossal Youth», um CD que agrupa o EP «Testcard», o single «Final Day» e registos da gravação do álbum «Salad Days». O terceiro CD da caixa reproduz a actuação da banda no programa de rádio do histórico DJ da BBC John Peel, gravado em Agosto de 1980. A melhor maneira de adquirir a caixa é através da Amazon do Reino Unido.
COMER – Quando lhe apetecer comida italiana, ambiente calmo e uma boa esplanada experimente o Specchio, em Alcântara. A lista é extensa e variada, desde as pizzas aos risottos e massas frescas. O serviço é atento, eficaz, simpático e rápido, uma verdadeira raridade nos tempos que correm. Nas entradas destaco umas gambas salteadas em vinho branco de Puglia e o carpaccio do chefe, muito bem temperado. Na zona mais substancial a mesa decidiu-se por várias pizzas, massa fina e estaladiça, cobertura sem exageros de queijo, todas confeccionadas com cuidado. O Specchio fica no interior do complexo Alcântara Rio, Rua Fradesso da Silveira nº4, Loja 7, tel 213 621 677.
BACK TO BASICS – Todas as actividades podem ser criativas quando quem as faz se esforça por as fazer cada vez melhor – John Updike.
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