O PODER DA ARTE
Na mesma semana em que a Fundação de Serralves trouxe até aos corredores de S.Bento uma demonstração da vitalidade da arte contemporânea, a Ministra da Cultura foi ao Parlamento fazer um exercício de como exercer o poder sobre os criadores artísticos. Não deixa de ser curioso que, no mesmo tempo e no mesmo local, se confrontem a imaginação e a arbitrariedade. Este Ministério da Cultura está marcado pela ignorância e pelo abuso, pela promiscuidade entre as nomeações políticas e os saneamentos de conveniência. Esta Ministra da Cultura já ganhou um lugar na História e não foi pelas boas razões.
Não deixa de ser paradoxal que um Primeiro Ministro que teve cuidado e sageza a escolher um assessor cultural para o seu Gabinete, tenha escolhido para o Palácio da Ajuda a encarnação viva de um elefante em loja de porcelanas. Alguma coisa não bate certa nesta equação: um dos dois é um erro de casting – ou o assessor ou a Ministra.
Como a política é cada vez mais o reino do silêncio, da hipocrisia e da conveniência, temo que o assunto demore a ser esclarecido, até porque de todo o lado falta a coragem para assumir a consciência dos actos e, sobretudo, das convicções.
O Governo quer um Ministério da Cultura que exerça poder sobre a imaginação, ou pretende uma política que fomente a criatividade e a inovação? Nos tempos que correm as relações entre o Poder e a Cultura são cada vez mais confusas. O Poder sempre gostou de seduzir a Cultura e de a usar; mas nunca tinha praticado o sadismo de forma tão clara e empenhada.
Na mesma semana em que a Fundação de Serralves trouxe até aos corredores de S.Bento uma demonstração da vitalidade da arte contemporânea, a Ministra da Cultura foi ao Parlamento fazer um exercício de como exercer o poder sobre os criadores artísticos. Não deixa de ser curioso que, no mesmo tempo e no mesmo local, se confrontem a imaginação e a arbitrariedade. Este Ministério da Cultura está marcado pela ignorância e pelo abuso, pela promiscuidade entre as nomeações políticas e os saneamentos de conveniência. Esta Ministra da Cultura já ganhou um lugar na História e não foi pelas boas razões.
Não deixa de ser paradoxal que um Primeiro Ministro que teve cuidado e sageza a escolher um assessor cultural para o seu Gabinete, tenha escolhido para o Palácio da Ajuda a encarnação viva de um elefante em loja de porcelanas. Alguma coisa não bate certa nesta equação: um dos dois é um erro de casting – ou o assessor ou a Ministra.
Como a política é cada vez mais o reino do silêncio, da hipocrisia e da conveniência, temo que o assunto demore a ser esclarecido, até porque de todo o lado falta a coragem para assumir a consciência dos actos e, sobretudo, das convicções.
O Governo quer um Ministério da Cultura que exerça poder sobre a imaginação, ou pretende uma política que fomente a criatividade e a inovação? Nos tempos que correm as relações entre o Poder e a Cultura são cada vez mais confusas. O Poder sempre gostou de seduzir a Cultura e de a usar; mas nunca tinha praticado o sadismo de forma tão clara e empenhada.
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