O TOM CRUISE DE CHELAS
Deixando-se talvez, momentaneamente, deslumbrar pelo mundo do cinema, o vice-presidente do Conselho de Administração da RTP deu uma patética entrevista ao «Jornal de Negócios», hoje publicada. Tal Tom Cruise no filme, o ainda senhor vice-presidente considera-se o homem responsável pelo êxito de uma «Missão Impossível», mas esquece o extraordinário aumento de receitas de que beneficiou (mais contribuição para o audivisual, maior e mais atempada indemnização compensatória) e claro que só fala de coisas boas. Para além da toada geral narcísica, o mais espantoso é que se possa gabar de ter modificado a cultura da empresa, quando é certo que não só ela não mudou como até se agravou - no fomento do gigantismo da empresa nos novos meios técnicos, na demora de decisões, em critérios pouco claros e de questionável aplicação de apreciações de contratos de produção, no aumento da burocracia, no privilegiar da subserviência face à competência, no desprezo pelo trabalho das pessoas e sobretudo no desprezo pelas pessoas propriamente ditas. Internamente preferiu o conflito ao diálogo, o autoritarismo à particpação. É sintomático que elogie nesta despedida aqueles que dentro da RTP «adoptaram a postura do Conselho de Administração» e não o questionaram nem contrariaram.
Suspeito que alguns dos efeitos da actuação do vice-presidente da RTP e de algumas pessoas e actos que ele hoje elogia ainda hão-de fazer correr alguma tinta, mas isso virá naturalmente com o tempo.
Deixando-se talvez, momentaneamente, deslumbrar pelo mundo do cinema, o vice-presidente do Conselho de Administração da RTP deu uma patética entrevista ao «Jornal de Negócios», hoje publicada. Tal Tom Cruise no filme, o ainda senhor vice-presidente considera-se o homem responsável pelo êxito de uma «Missão Impossível», mas esquece o extraordinário aumento de receitas de que beneficiou (mais contribuição para o audivisual, maior e mais atempada indemnização compensatória) e claro que só fala de coisas boas. Para além da toada geral narcísica, o mais espantoso é que se possa gabar de ter modificado a cultura da empresa, quando é certo que não só ela não mudou como até se agravou - no fomento do gigantismo da empresa nos novos meios técnicos, na demora de decisões, em critérios pouco claros e de questionável aplicação de apreciações de contratos de produção, no aumento da burocracia, no privilegiar da subserviência face à competência, no desprezo pelo trabalho das pessoas e sobretudo no desprezo pelas pessoas propriamente ditas. Internamente preferiu o conflito ao diálogo, o autoritarismo à particpação. É sintomático que elogie nesta despedida aqueles que dentro da RTP «adoptaram a postura do Conselho de Administração» e não o questionaram nem contrariaram.
Suspeito que alguns dos efeitos da actuação do vice-presidente da RTP e de algumas pessoas e actos que ele hoje elogia ainda hão-de fazer correr alguma tinta, mas isso virá naturalmente com o tempo.
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