December 18, 2007

BOM – A nomeação de Nuno Santos como Director de Programas da SIC. É certo que não há vitórias garantidas, mas é verdade que Nuno Santos tem o saber, a perseverança e a energia para poder voltar a conquistar audiências para a SIC e provavelmente estará muito mais à vontade numa estação privada que numa pública. Uma coisa é certa – o panorama televisivo em Portugal vai mexer no próximo ano e a coisa vai ficar mais animada.


MAU – A criminalidade violenta começa a deixar demasiadas marcas, mesmo que o Ministro da Administração Interna ache que está tudo controlado. Quando esta semana fui ver o mais recente filme de Ridley Scott, «Gangster Americano», pensei em como ele poderia ser educativo para quem trata destes assuntos. A história é a mesma de sempre – o crime organiza-se e cresce sempre à sombra da cumplicidade e da corrupção das polícias. Como Pacheco Pereira dizia esta semana, se os «Sopranos» fossem feitos em Portugal o sítio ideal para localizar a acção seria no Porto.


PÉSSIMO – O tom das entrevistas de saída do actual vice-presidente da RTP, Ponce Leão, deixando no ar o espectro do desastre da sua sucessão.


SUGESTÃO – A RTP pode e deve ser uma peça da estratégia de dinamização do audiovisual português. Tem uma oportunidade para isso agora, para poder começar a olhar para o que se passa à sua volta, em vez de ter o espírito de grande potência que a tem caracterizado.


PESADELO – Quem consegue ler e perceber integralmente o conteúdo dos novos cartazes de divulgação da imagem de Portugal que estão em outdoors?


DESCOBRIR – O novo blog de Pedro Rolo Duarte (que no início da blogosfera se mostrou bem descrente no assunto) tem bons zumzuns sobre o mundo dos media, comentários certeiros e aquelas observações divertidas que ele faz sempre a propósito que coisas que de outra forma podiam ser banais. Pode e deve ser lido em http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt/


PETISCAR – Gosto de restaurantes chineses – não para todos os dias mas volta e meia sabe bem. Regra geral são confortáveis (boas cadeiras quase sempre), usam guardanapos e toalhas de panos, praticam preços módicos e têm um serviço rápido e atencioso. Alguns têm boas especialidades. Nas minhas voltas pelas Avenidas Novas de Lisboa descobri há pouco tempo o Fu-Shin (Av. Marquês de Tomar 48) e fiquei cliente dos seus camarões com piri piri e arroz branco. A coisa soube-me tanto melhor quanto na véspera tinha caído na tentação de comer num centro comercial na Tomás Ribeiro e fui experimentar um restaurante (Basil Instinct) que anda muito em alguma impresa, onde tudo correu mal – logo a começar numa lasanha de salmão que parecia pastilha elástica mastigada. Mil vezes os chineses…


LER – Um novo livro de Elmore Leonard é sempre um acontecimento. Mestre do policial americano, Leonard lançou este ano a sua 41ª obra, «Up In Honey’s Room», um intrigante misto de espionagem e policial que começa antes do início da Segunda Grande Guerra e que envolve um anel de conspiração nazi dentro dos Estados Unidos. Honey, personagem central, casada e separada de um dos alemães da rede, mulher sensual e atrevida, troca o marido por outro espião alemão e tenta seduzir, sem êxito, um agente bonitão do FBI, Carl Webster. O resto é mesmo melhor lerem, a edição americana anda por aí já nas boas livrarias, como a «Pó dos Livros» na Av. Marquês de Tomar. E, não se esqueçam, uma das coisas que faz o encanto de Elmore Leonard é um dos seus mandamentos de escrita e que aqui deixo nas suas palavras: «My most important rule is …if it sounds like writing, I rewrite it».


OUVIR – O novo disco de Angie Stone, «The Art Of Love And War», o seu trabalho de estreia para a Stax (uma histórica editora de rhythm and blues) é uma surpresa e uma lufada de ar fresco. Stone tem uma longa carreira que data do início dos anos 80 e que inclui passagens por grupos de hip hop ou coros num disco de Lenny Kravitz e de Joss Stone. Começou a gravar a solo em 1999 e este é o seu quinto disco. Aqui ( a maior parte das canções têm a sua autoria), Angie Stone vai fundo às origens do rhythm and blues mas não descura uma produção sofisticada. O resultado é surpreendente e uma das faixas deste disco, um dueto com Betty Wright, «Baby», foi nomeado para os Grammys.



PERGUNTANDO… O que vale mais – uma boa prestação na Presidência Europeia ou a melhoria das condições de vida em Portugal?


BACK TO BASICS – É mau sinal quando nos deslumbramos com o que vem de fora e esquecemos o que se passa em nossa casa - Anónimo