December 09, 2007

BOM – A abertura de uma livraria, a Byblos (Lisboa, Amoreiras Square), que disponibiliza um catálogo de 150.000 títulos, muitos deles difíceis de encontrar no mercado livreiro tradicional. A Byblos dispõe de um sofisticado sistema de informação que permite a rápida localização de um livro e introduz um conceito novo de livraria «amiga do leitor» no mercado português.


MAU – Ao fim de dois anos de Governo, quase todos os indicadores que José Sócrates – aquando na oposição – dizia serem provas de má governação estão com indíces ainda piores – do desemprego aos resultados na educação, são infelizmente poucas as áreas em que Portugal não caíu para os últimos lugares europeus nos estudos do Eurostat. Começa a perceber-se que a governação de Sócrates ainda é pior que a dos seus antecessores – aumentou impostos, retraíu a economia, fez perder a competitividade, aumentou o desemprego, diminuíu os direitos dos cidadãos, aumentou a arbitrariedade do Estado. Sócrates preocupa-se mais com o show-off dos tratados de Lisboa do que com o bem-estar e o progresso do país que devia governar.


PÉSSIMO – O comportamento do Ministro da Administração Interna face ao aumento da insegurança nas grandes cidades, às relações entre polícias e o crime organizado, tudo temperado com um displicente e arrogante desprezo pela segurança dos cidadãos.


O MUNDO AO CONTRÁRIO – A Associação Sindical dos Funcionários da ASAE emitiu esta semana um comunicado onde se afirma que aquele organismo não cumpre «regras internas de higiene, saúde e segurança» e levanta suspeitas sobre a forma como apresenta os recibos aos seus funcionários.


PESADELO – O Director Geral dos Impostos, face à chuva de críticas sobre as atitudes arbitrárias e prepotentes do sistema fiscal, disparou contra jornalistas e colunistas esquecendo-se de um facto simples, que nem referiu, certamente por falta de memória: os abusos foram constatados num relatório do Provedor de Justiça. Aguarda-se que quem de direito assuma as responsabilidades políticas das acusações que lá estão formuladas.



PETISCAR – O «Galo d’Ouro» é um restaurante snack-bar (é assim que está escrito à porta), à boa velha maneira antiga. Situado nas Avenidas Novas propõe basicamente comida portuguesa de inspiração caseira, confecção simples mas certeira, boa qualidade dos produtos, mesas espaçosas, preço comedido e um serviço atencioso e rápido. O conjunto destas coisas é, como se sabe, uma raridade no panorama nacional da restauração – sobretudo nos lounge cafés, que são o sucedâneo modernaço dos snack-bares dos anos 60. Se esquecermos o incómodo que é este restaurante estar situado perto da ASAE, vale a pena considerá-lo quando se resolve almoçar por estas paragens. Av. Marquês de Tomar 83-85, Tel. 217974580.


VER – Assim que puder vou espreitar as novas esculturas de Rui Chafes na Galeria Graça Brandão, em Lisboa, Rua dos Caetanos 26, no Bairro Alto. Até dia 5 de Janeiro, terça a sábado entre as 11h00 e as 20h00. A exposição tem o nome «Eu sou os outros». Chafes, que gosta de se considerar um ferreiro, trabalha o metal de uma forma inesperadamente poética e é isso que mais impressiona na sua obra – o contraste entre o material e a forma e conteúdo que ganha nas mãos do artista.


LER – Na edição deste mês da revista «Atlântico» António Carrapatoso escreve um interessante artigo sobre a situação política portuguesa onde defende a ideia de que, mais importante que saber o que distingue a esquerda da direita, é constatar as diferenças entre as propostas que quem é e de quem não é liberal. No artigo Carrapatoso propõe uma matriz de análise da política, a que chama «Politrix». Liberdade e responsabilização dos cidadãos, uma proposta de modelo social baseado na igualdade de oportunidades, um modelo de segurança social e outro de organização social são alguns dos pontos abordados neste artigo que bem merece ser lido e discutido. Uma das conclusões da aplicação da matriz é que o PS, apesar de todo o seu discurso, está efectivamente «mais no interior da designada esquerda tradicional do que na área liberal».


OUVIR – Para assinalar o centenário do nascimento do maestro Herbert Von Karajan a Deustche Grammophon fez uma esplêndida edição especial que agrupa um CD (que além de registos conhecidos inclui alguns inéditos de interpretações de Bach) e um DVD com registos de actuações dirigidas por Karajan, incluindo a Quinta Sinfonia de Beethoven. A edição inclui muito bom material fotográfico de várias fases da vida e carreira do maestro e um catálogo de todas as suas gravações.


PERGUNTANDO – Hugo Chávez anunciou que irá repetindo referendos até alcançar o resultado pretendido. Acham que a moda vai pegar noutras paragens com uma teorização sobre o aprofundamento da democracia através das consultas aos cidadãos?


BACK TO BASICS – Fazer jornalismo é reportar o sucedido – espantoso que se tenha de recordar isto, mas esta semana o tema ganhou moda depois de vários jornais terem dado por certa a vitória de Chávez, apenas com base em sondagens e não nos resultados reais da votação.

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