May 07, 2006

POLÍCIA DE INSEGURANÇA PÚBLICA


Nos últimos seis meses um dos meus filhos foi assaltado duas vezes em plena luz do dia, na Praça do Areeiro, junto à saída do metropolitano. Da última vez dirigiu-se a um polícia, que o mandou ir à esquadra fazer a participação sem perguntar mais nada, sem se interessar sequer pelo sucedido.

Um amigo meu que é entendido nestas coisas de segurança diz que é normal, que o Areeiro é uma zona de risco, como qualquer ponto de cruzamento de diversos meios de transportes públicos.

Pois eu não acho nada disto normal – nem a atitude do polícia, nem que se encare como normal que não se pode andar na rua à luz do dia no centro da cidade sem correr o risco de ser assaltado. É certo que tenho as maiores reservas em relação ao funcionamento da PSP – a sucessão de casos em que elementos dessa polícia aparecem ligados ao crime organizado explica muita da indiferença face à protecção das pessoas.

Tenho as maiores reservas face a uma força policial cujos agentes se preocupam mais com eles próprios do que com as pessoas, que dedicam mais energia a fazer manifestações e greves que a patrulhar as ruas, que mais depressa incomodam cidadãos desprotegidos do que criminosos. A polícia portuguesa continua a ser prepotente contra os cidadãos e cobarde – ou conivente – face aos criminosos.

A responsabilidade disto é, em primeiro lugar, das suas chefias e dos seus comandos que não conseguem pôr de pé um plano mínimo de presença física policial em zonas de risco que sirva de dissuasor, que permitem que Lisboa se esteja a tornar cada vez mais numa selva, com assaltos em sinais vermelhos ou à entrada de parques de estacionamento – como agora acontece com frequência nas Amoreiras, ou no meio de zonas centrais. Todas as cidades que fizeram diminuir a criminalidade usaram a presença física constante dos agentes nas zonas mais problemáticas para garantir maior segurança. Será que os comandos da PSP não sabem quais são as zonas problemáticas de Lisboa? – Provavelmente não – já que manifestamente sabem tão pouco do que se passa dentro da organização que é suposto dirigirem, não admira que ignorem tudo o resto.