May 22, 2005

DEMOCRACIA NÃO É SÓ VOTO, É DISCUSSÃO

CRIME – Jerry Bruckheimer, o criador das séries «Crime Scene Investigation», tem uma nova obra que será estreada nos Estados Unidos pela CBS; chama-se «Close To Home» e conta a história de uma jovem e aguerrida acusadora pública que investiga casos que se passam nas proximidades de sua casa. A coisa promete. É uma co-produção com a Warner.

NÃO/SIM? – O pior que existe é aceitar as coisas passivamente. Aos poucos vamo-nos conformando, abdicando de exprimir a nossa opinião. Aceitar o que muitos dizem, embarcar no unanimismo, cria a ilusão de falsas maiorias. Todas as opiniões devem ser ouvidas, não basta votar, é mesmo vital discutir, debater. A Constituição Europeia é boa ou má para Portugal?
Pois não sei. Humilde e sinceramente digo que não sei. Por isso me parece tão importante a iniciativa de José Pacheco Pereira, revelada no seu Abrupto. Pacheco Pereira já avançou: A sugestão que faço é criar-se um blogue do “não” para que todos contribuam começando um debate organizado, mesmo que o façam duplicando aí as notas que originalmente publicam nos seus sítios.. E o blog de que fala já está criado, chama-se Sítio do Não (www.sitiodonao.weblog.com.pt). Escrevam, discutam, debatam, leiam, informem-se (a proposta de Constituição Europeia está lá na íntegra). Não deixem que o politicamente correcto não tenha sequer adversários. Desculpem a fadistice mas não resito: Força Pacheco.

BENOLIEL – Inserida na LisboaPhoto está uma exposição de Joshua Benoliel, considerado o precursor do foto-jornalismo em Portugal. Feita com base no valioso espólio do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, a exposição mostra o trabalho de Benoliel para publicações como «A Ilustração Portuguesa» e o «Século», mas sobretudo permite acompanhar a evolução da sua visão quer enquanto fotojornalista, quer enquanto fotógrafo. Benoliel era um fotojornalista aguerrido e audaz para o seu tempo – e as suas imagens da primeira grande Guerra mostram-no. Mas era também um homem com uma invulgar aproximação aos assuntos, como evidencia nomeadamente a fotografia dos filhos de Buiça, o regicida, – uma iluminação e enquadramento perfeitos, a transmissão da dor e da angústia. A LisboaPhoto tem 15 exposições em diversos locais de Lisboa e o programa completo pode ser consultado em www.lisboaphoto.pt. A exposição de Benoliel está até 21 de Agosto no Torreão nascente da Cordoaria Nacional (o que fica mais perto da antiga FIL). Não a perca – é uma lição de história, de humildade, de observação e de estética.

REVÓLVER – Uma outra exposição que não deve perder resulta do desafio feito pelo coleccionador e galerista Vitor Pinto da Fonseca ao fotógrafo José Maçãs de Carvalho para comissariar uma exposição apenas com fotógrafos portugueses contemporâneos, na «Plataforma Revólver» (rua da Boavista 84-3º, de terça a sábado entre as 14 e as 19h30). Para além de Maçãs de Carvalho esta exposição, intitulada «My Own Private Pictures/Imagens Privadas», mostra trabalhos de António Júlio Duarte, Cátia Serrão, Manuel valente Alves, Marta Moreira, Nuno Cera, Rodrigo Peixoto, São Trindade, Susana Mendes Silva e Valter Vinagre.

RITMO – Gosto de compilações, de discos que agrupam vários temas de diversas proveniências. Uma das melhores que ouvi nos últimos tempos é «Con Mucho Ritmo», uma selecção de jazz tropical que inclui nomes clássicos como o percussionista Tito Puente ou o pianista Eddie Palmieiri, mas também talentos mais novos, como o do trompetista Charlie Sepulveda ou o flautista Dave Valentin. A versão de Giovanni Hidalgo para o clássico «Summmertime» é empolgante e o «Tumbao» do grande Chucho Valdés também. Colectânea Verve, distribuição Universal Music.

COMIDINHAS – Mão amiga fez-me chegar mais dois sites sobre a nobre arte da comida. No www.netmenu.pt encontra além das receitas, sugestões de passeios gastronómicos e uma boa lista de sugestões em matéria de vinhos. No www.gastronomias.com pode encontrar uma zona muito engraçada com sugestões completas para organizar jantares românticos a dois e uma muito curiosa lista de substãncias afrodisíacas.

REMATE – Se tinham dúvidas de que há populismo sem ser à direita sigam com atenção o percurso de José Sá Fernandes. Começo a achar que João Soares tinha razão na construção do elevador entre a Praça da Figueira e o Castelo. E que mais uma vez o que o advogado fez foi criar problemas em vez de arranjar soluções.