EM «O INDEPENDENTE»:
Cultura À Direita
A opinião dominante entre boa parte da Esquerda é a de que a Direita é uma espécie de reserva ecológica de trogloditas em matéria cultural. E, em contrapartida, uma boa parte da Direita acha que a Esquerda só defende o que é incompreensível e apenas vive porque há subsídios. Enquanto o debate continuar neste pé a coisa dificilmente passará do estado pré-histórico. Por isso mesmo há questões a discutir sem preconceitos: o Estado deve cingir-se à manutenção do património , ou deve também fomentar e suportar a criação artística? A cultura tem que ser uma actividade lucrativa? Podemos ou não alargar os incentivos fiscais nesta área? Devemos investir mais na criação de públicos ou na produção de obras? Como pode a criação ser fomentada? Qual o papel das autarquias neste quadro – devem ser complementares da Administração central ou devem ser alternativas? A resposta a algumas destas perguntas é estruturante na definição de políticas culturais, um panorama que raramente tem sido debatido com seriedade.
Peguemos no exemplo britânico do Arts Council e do seu programa «Own Art», um incentivo à compra de arte contemporânea de novos artistas, que garante empréstimos sem juros, de curto prazo, para a aquisição de pintura e escultura. De uma assentada fomenta-se o mercado, cria-se um canal de venda para artistas em começo de carreira, dá-se mais circulação de obras às galerias associadas e cria-se um novo hábito em novos públicos. Será este um caminho?
No regresso das «Noites à Direita» o debate é sobre política cultural e à mesa vão estar António Mega Ferreira, Pedro Mexia e Rui Ramos. É dia 22, pelas 20h30, no Jardim de Inverno do Teatro de S. Luiz - e o melhor é não ter ideias feitas.
Cultura À Direita
A opinião dominante entre boa parte da Esquerda é a de que a Direita é uma espécie de reserva ecológica de trogloditas em matéria cultural. E, em contrapartida, uma boa parte da Direita acha que a Esquerda só defende o que é incompreensível e apenas vive porque há subsídios. Enquanto o debate continuar neste pé a coisa dificilmente passará do estado pré-histórico. Por isso mesmo há questões a discutir sem preconceitos: o Estado deve cingir-se à manutenção do património , ou deve também fomentar e suportar a criação artística? A cultura tem que ser uma actividade lucrativa? Podemos ou não alargar os incentivos fiscais nesta área? Devemos investir mais na criação de públicos ou na produção de obras? Como pode a criação ser fomentada? Qual o papel das autarquias neste quadro – devem ser complementares da Administração central ou devem ser alternativas? A resposta a algumas destas perguntas é estruturante na definição de políticas culturais, um panorama que raramente tem sido debatido com seriedade.
Peguemos no exemplo britânico do Arts Council e do seu programa «Own Art», um incentivo à compra de arte contemporânea de novos artistas, que garante empréstimos sem juros, de curto prazo, para a aquisição de pintura e escultura. De uma assentada fomenta-se o mercado, cria-se um canal de venda para artistas em começo de carreira, dá-se mais circulação de obras às galerias associadas e cria-se um novo hábito em novos públicos. Será este um caminho?
No regresso das «Noites à Direita» o debate é sobre política cultural e à mesa vão estar António Mega Ferreira, Pedro Mexia e Rui Ramos. É dia 22, pelas 20h30, no Jardim de Inverno do Teatro de S. Luiz - e o melhor é não ter ideias feitas.
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