September 11, 2005

LISBOA – Quanto mais a campanha avança, mais ficam claras as fragilidades de vários candidatos. Da superficialidade de Sá Fernandes à pesporrência de Carrilho, passando pelo voluntarismo sem estratégia de Carmona Rodrigues, já apareceu de tudo. Até agora, salvam-se Maria José Nogueira Pinto e Ruben de Carvalho, claramente os dois candidatos que melhor conhecem Lisboa e que têm ideias mais assentes sobre o assunto – por muito que isto choque os bem pensantes e os funcionários partidários muito politicamente correctos que vão enchendo as restantes campanhas de disparates.

BACK TO BASICS – Quando se diz que sim a tudo, acaba por não se fazer nada.

DEPENDENTES – Um estudo britânico prevê que em 2010 cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo sejam assinantes de serviços de imagem e televisão para os seus telemóveis e as receitas daí provenientes representarão cerca de 51% do total da facturação das empresas de telecomunicações.

CINÉFILOS – Apesar da crise, o número de portugueses que compram filmes em DVD com regularidade aumentou em cerca de um milhão entre 2004 e 2005, segundo a Marktest. Neste ano cerca de 2 320 000 portugueses com mais de 15 anos compraram um DVD. O comprador tipo vive em Lisboa e Porto, tem entre 18 e 34 anos e é homem.

PALADAR – Integrado no complexo do Casino Estoril, na parte de baixo, de frente para o jardim do Parque do Estoril e o mar, fica o restaurante Estoril Mandarim. Os entendidos dizem que é o melhor restaurante chinês de Portugal e um dos melhores da Europa. Se lá forem esqueçam o que é hábito encontrar na maioria dos restaurantes de origem chinesa que por cá se podem encontrar e preparem-se para descobrir um mundo de sabores subtis e envolventes como no «Dim Sum», ou o ritual do pato à Pequim. A cozinha reivindica a tradição culinária da província de Guangdong e o chefe de mesa é um excelente guia para lhe fazer sugestões de descoberta deste novo mundo. O restaurante tem uma sala ampla com alguns espaços reservados e uma esplanada para os bons dias deste Outono. O telefone é o 214 667 270.

SURPRESA – A primeira vez que ouvi o pianista Domingos António foi há cerca de ano e meio, num recital em que ele participou, numa tarde de fim de semana, no pequeno salão de festas do Liceu Maria Amália em Lisboa. Lembro-me da surpresa que tive perante a intensidade das suas interpretações, da forma como ele fazia soar o piano, mesmo num espaço tão limitado como aquele. Pois acontece que Domingos António gravou agora um disco para a EMI Classics que será editado dentro de semanas. O CD inclui interpretações de peças de Liszt, Beethoven, Mussorgsky (a integral de «Pictures At Na Exhibition») eScriabin. Domingos António, de origens transmontanas, 27 anos, estudou piano durante dez anos no Conservatório de Tchaikovsky, em Moscovo, onde obteve a classificação máxima e conquistou três primeiros prémios. Neste seu primeiro disco consegue fazer passar a mesma energia e emoção que senti quando tive a sorte de o poder ver a tocar ao vivo. Sigam o assunto, este disco vai fazer História.

CLÁSSICO – Já saiu a edição de 2006 do «Borda D’Água». Tem 24 páginas (para abrir com cuidado com uma faquinha afiada), custa 1,25 euros e lá dentro encontra boas recomendações para cada mês, desde a jardinagem ás fases da Lua ou a ditos populares. É um manual de sabedoria tradicional todos os anos lançado pela Editorial Minerva. No habitual texto de contra-capa Pedro Teixeira da Mota fala sobre a situação do país e traça um autêntico guia para o Governo. Se fosse seguido, a coisa podia correr bem melhor por estas bandas.