NOTAS SOBRE LISBOA E CULTURA
No início de Junho - já depois de ter tornado claro que não estava interessado em paticipar no processo autárquico (ler post «Para Que Conste»)- elaborei, a pedido, umas notas sobre política cultural para Lisboa. As notas foram entregues à Directora da campanha de Carmona Rodrigues. Aqui as deixo, dentro de um espírito de debate sobre políticas culturais. E, já agora, para que se percebam melhor as coisas. E para que se comparem as diferenças com o que sobre esta matéria essa candidatura publicou.
«O programa da candidatura na área da Cultura deve ser uma bandeira em que os públicos da cidade se possam rever, que toda a gente das artes e espectáculos possa aceitar. Não é um programa só para o teatro, nem só para a música. Deve ser um programa que cative os cépticos e dote Lisboa de novos pólos de atracção. O exemplo de Serralves, de uma festa constante construída em torno da arte contemporânea, deve fazer reflectir. A Cultura é a área em que a Direita só tem a ganhar.
Lisboa não pode ser só a capital e sede de instituições culturais, tem que se ganhar a cidade para ser a montra do novo, o palco do espectáculo, a feira das artes, uma permanente festa dos sentidos.
É nesta cidade onde se canta o Fado, onde o Teatro é quase uma saudade, onde Almada Negreiros fez tremer Júlio Dantas e onde Fernando Pessoa cantou a alma de Portugal que todos queremos viver melhor. Queremos uma cidade onde os criadores modernos coexistam com a tradição, onde a recuperação do património esteja ao lado do apoio a novas formas de expressão e de experimentação. Queremos a cidade do S. Carlos, do D. Maria, do S. Luiz, mas também queremos a cidade da Bedeteca ou da Videoteca, de um S. Jorge retomado pelo público, de museus vivos e dinâmicos, de novos equipamentos para novos públicos, em circuitos naturais onde os visitantes possam descobrir uma nova razão para voltar a Lisboa, uma cidade virada para o Tejo e o futuro.
PROPOSTAS ESTRUTURANTES:
Criar um Conselho Metropolitano da Cultura e Turismo que fomente o destino turístico Lisboa na componente cultural e crie mecanismos de consensualização dos grandes Festivais e Festas dos diversos concelhos, articulando datas e fomentando um calendário sempre com atractivos.
A criação de uma Lisbon Film Commission podia estar ligada a esta entidade.
Lisboa concentra o maior número de equipamentos culturais de todo o país e, simultaneamente, o maior número de criadores e produtores artísticos – entre eles a maioria das instituições oficiais na área da museologia, música, teatro, dança e cinema para falar apenas de algumas áreas.
Em Lisboa, mas também e sobretudo nos concelhos limítrofes, nos anos mais recentes, surgiram uma série de novos equipamentos, desde bibliotecas a auditórios, passando por museus e galerias, diversos espaços dedicados a criadores e algumas iniciativas de carácter regular que têm vindo a ganhar crescente peso.
O objectivo não é fazer Lisboa entrar em competição com Oeiras, Cascais, Sintra, Loures ou Vila Franca, é antes fomentar a cooperação e proporcionar aos públicos de toda esta região uma oferta ainda mais diversificada, uma possibilidade de actuação mais alargada,, uma maior utilização de recursos comuns.
Da mesma forma justifica-se criar um órgão permanente de articulação entre organismos do Ministério da Cultura e a autarquia, nomeadamente o IPPAR, IPM, Instituto das Artes e Instituto do Património Arqueológico.
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO LOCAL:
Transformação do Pavilhão de Portugal num pólo museológico que se torne numa das imagens de marca da cidade de Lisboa.
Conversão do Cinema S. Jorge numa sala multifuncional para música, cinema e conferências com 1500 lugares;
Recuperação do Pavilhão dos Desportos para sede e sala da Orquestra Metropolitana de Lisboa e afectação do edifício da Standard Eléctrica a áreas expositivas e ateliers.
Intervenção no Parque da Belavista para implantação de uma estrutura permanente de acolhimento de concertos ao ar livre (rockódoromo).
Intervenção num dos pavilhões ribeirinhos para criar um espaço vocacionado para as músicas alternativas com capacidade para cerca de 1000 lugares em pé, que coexista com um conjunto de salas de ensaio que possam ser alugadas à horas ou ao dia.
Criação de um espaço onde se desenrolem actividades que sublinhem a multiculturalidade da cidade e permita às várias etnias uma ocupação regular.
NOVAS PROPOSTAS DE ACÇÃO:
Lisbon Film Commission – O objectivo é ganhar notoriedade para Lisboa como destino de filmagens de publicidade, séries de televisão e cinema; Assegurar a participação em certames internacionais da indústria em moldes profissionais e abrangentes, assegurando uma efectiva representatividade nacional; Proporcionar um conjunto de instrumentos capazes de fornecer aos profissionais do sector todas as informações necessárias para a sua actividade;
Bienal Jovens Criadores da Lusofonia – Reforçar o papel dinâmico de Lisboa no relacionamento com as comunidades e países lusófonos, estabelecendo um ponto de encontro e reflexão de jovens criadores de áreas como as artes plásticas, a música, as artes cénicas e performativas, a fotografia, o vídeo, a moda e o design.
Poesia - Promover o grande Encontro dos Poetas Vivos como a melhor homenagem a Fernando Pessoa e introduzir a poesia na vida da cidade.
Criar um regime especial de Mecenato, em articulação com as Finanças, que permitam Lisboa fazer face aos custos que em matéria cultural ser uma Capital implica, nomeadamente no tocante a novas actividades.
Recuperar as Colectividades de Cultura e Recreio e torná-las no eixo de ligação da política cultural da autarquia aos bairros da cidade.
Manter a Lisboa Photo, a Moda Lisboa , a Experimenta Design e o Africa Festival. Retomar o Festival Internacional de Teatro ou, em substituição, criar a Mostra Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa.».
No início de Junho - já depois de ter tornado claro que não estava interessado em paticipar no processo autárquico (ler post «Para Que Conste»)- elaborei, a pedido, umas notas sobre política cultural para Lisboa. As notas foram entregues à Directora da campanha de Carmona Rodrigues. Aqui as deixo, dentro de um espírito de debate sobre políticas culturais. E, já agora, para que se percebam melhor as coisas. E para que se comparem as diferenças com o que sobre esta matéria essa candidatura publicou.
«O programa da candidatura na área da Cultura deve ser uma bandeira em que os públicos da cidade se possam rever, que toda a gente das artes e espectáculos possa aceitar. Não é um programa só para o teatro, nem só para a música. Deve ser um programa que cative os cépticos e dote Lisboa de novos pólos de atracção. O exemplo de Serralves, de uma festa constante construída em torno da arte contemporânea, deve fazer reflectir. A Cultura é a área em que a Direita só tem a ganhar.
Lisboa não pode ser só a capital e sede de instituições culturais, tem que se ganhar a cidade para ser a montra do novo, o palco do espectáculo, a feira das artes, uma permanente festa dos sentidos.
É nesta cidade onde se canta o Fado, onde o Teatro é quase uma saudade, onde Almada Negreiros fez tremer Júlio Dantas e onde Fernando Pessoa cantou a alma de Portugal que todos queremos viver melhor. Queremos uma cidade onde os criadores modernos coexistam com a tradição, onde a recuperação do património esteja ao lado do apoio a novas formas de expressão e de experimentação. Queremos a cidade do S. Carlos, do D. Maria, do S. Luiz, mas também queremos a cidade da Bedeteca ou da Videoteca, de um S. Jorge retomado pelo público, de museus vivos e dinâmicos, de novos equipamentos para novos públicos, em circuitos naturais onde os visitantes possam descobrir uma nova razão para voltar a Lisboa, uma cidade virada para o Tejo e o futuro.
PROPOSTAS ESTRUTURANTES:
Criar um Conselho Metropolitano da Cultura e Turismo que fomente o destino turístico Lisboa na componente cultural e crie mecanismos de consensualização dos grandes Festivais e Festas dos diversos concelhos, articulando datas e fomentando um calendário sempre com atractivos.
A criação de uma Lisbon Film Commission podia estar ligada a esta entidade.
Lisboa concentra o maior número de equipamentos culturais de todo o país e, simultaneamente, o maior número de criadores e produtores artísticos – entre eles a maioria das instituições oficiais na área da museologia, música, teatro, dança e cinema para falar apenas de algumas áreas.
Em Lisboa, mas também e sobretudo nos concelhos limítrofes, nos anos mais recentes, surgiram uma série de novos equipamentos, desde bibliotecas a auditórios, passando por museus e galerias, diversos espaços dedicados a criadores e algumas iniciativas de carácter regular que têm vindo a ganhar crescente peso.
O objectivo não é fazer Lisboa entrar em competição com Oeiras, Cascais, Sintra, Loures ou Vila Franca, é antes fomentar a cooperação e proporcionar aos públicos de toda esta região uma oferta ainda mais diversificada, uma possibilidade de actuação mais alargada,, uma maior utilização de recursos comuns.
Da mesma forma justifica-se criar um órgão permanente de articulação entre organismos do Ministério da Cultura e a autarquia, nomeadamente o IPPAR, IPM, Instituto das Artes e Instituto do Património Arqueológico.
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO LOCAL:
Transformação do Pavilhão de Portugal num pólo museológico que se torne numa das imagens de marca da cidade de Lisboa.
Conversão do Cinema S. Jorge numa sala multifuncional para música, cinema e conferências com 1500 lugares;
Recuperação do Pavilhão dos Desportos para sede e sala da Orquestra Metropolitana de Lisboa e afectação do edifício da Standard Eléctrica a áreas expositivas e ateliers.
Intervenção no Parque da Belavista para implantação de uma estrutura permanente de acolhimento de concertos ao ar livre (rockódoromo).
Intervenção num dos pavilhões ribeirinhos para criar um espaço vocacionado para as músicas alternativas com capacidade para cerca de 1000 lugares em pé, que coexista com um conjunto de salas de ensaio que possam ser alugadas à horas ou ao dia.
Criação de um espaço onde se desenrolem actividades que sublinhem a multiculturalidade da cidade e permita às várias etnias uma ocupação regular.
NOVAS PROPOSTAS DE ACÇÃO:
Lisbon Film Commission – O objectivo é ganhar notoriedade para Lisboa como destino de filmagens de publicidade, séries de televisão e cinema; Assegurar a participação em certames internacionais da indústria em moldes profissionais e abrangentes, assegurando uma efectiva representatividade nacional; Proporcionar um conjunto de instrumentos capazes de fornecer aos profissionais do sector todas as informações necessárias para a sua actividade;
Bienal Jovens Criadores da Lusofonia – Reforçar o papel dinâmico de Lisboa no relacionamento com as comunidades e países lusófonos, estabelecendo um ponto de encontro e reflexão de jovens criadores de áreas como as artes plásticas, a música, as artes cénicas e performativas, a fotografia, o vídeo, a moda e o design.
Poesia - Promover o grande Encontro dos Poetas Vivos como a melhor homenagem a Fernando Pessoa e introduzir a poesia na vida da cidade.
Criar um regime especial de Mecenato, em articulação com as Finanças, que permitam Lisboa fazer face aos custos que em matéria cultural ser uma Capital implica, nomeadamente no tocante a novas actividades.
Recuperar as Colectividades de Cultura e Recreio e torná-las no eixo de ligação da política cultural da autarquia aos bairros da cidade.
Manter a Lisboa Photo, a Moda Lisboa , a Experimenta Design e o Africa Festival. Retomar o Festival Internacional de Teatro ou, em substituição, criar a Mostra Internacional de Dança Contemporânea de Lisboa.».
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