PORTUGAL – A Europa devia saber o clima que este Governo anda a criar, a forma como desenvolve o papel prepotente do Estado, como estimula a denúncia, como desenvolve o medo por represálias, como se recusa a prestar explicações – o episódio da inviabilização da audição parlamentar de Correa de Campos, para que ele não tivesse que falar sobre o caso da demissão da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, mostra bem a noção de democracia que o PS pretende aplicar no Parlamento – onde as propostas dos socialistas sobre a reforma da Assembleia da República são um manual de arrogância e prepotência. E lá surge sempre Santos Silva, Ministro dos Assuntos Parlamentares, na linha da frente da limitação da expressão. Sugere-se à oposição a adopção de uma nova palavra de ordem: Santos Silva para a Venezuela, já!
PARQUE MAYER – António Costa lá caíu na tentação de juntar os artistas do costume para fazer o número do Parque Mayer. Aproveitou o embalo folclórico e destapou a careca da tacanhez, atacando o valor e a utilidade de grandes obras de arquitectura, emblemáticas, chamando-lhes desperdícios. Ainda bem que D. Manuel I não era tão pacóvio, ou não teríamos os Jerónimos; ainda bem que D. João I tinha orgulho em afirmar a imagem de Portugal ou não teríamos o Mosteiro da Batalha; ainda bem que D. João V não teve medo em contratar um alemão para fazer o mais importante monumento do barroco português, o Convento de Mafra. Já se percebeu que, com Costa, Lisboa é para ficar uma cidadezinha sem ambiçãozinha, simplezinha e arranjadinha. Ao seu lado o arquitecto Manuel Salgado, impassível, dava-lhe a cobertura estética. Isto vai ser bonito, vai…
CORRER – O Presidente francês Nicolas Sarkozy está a ser alvo de uma campanha de alguns prestigiados intelectuais por causa da sua paixão pelo jogging, que partilha com o Primeiro-Ministro português. O filósofo Alain Finkelkraut insinua que o jogging é de direita, classifica-o como um acto filistino e pouco francês, e recomenda ao Presidente longas caminhadas, que ajudam à reflexão, como é tradição na civilização ocidental. Um analista de comunicação e media, Daniel Schneidermann, diz que as imagens recorrentes de Sarkozy a correr são «uma importante arma de manipulação mediática». Aguarda-se uma tese de Eduardo Prado Coelho sobre a elegância do correr de José Sócrates e uma deliberação da ERC sobre o carácter didático das corridinhas socráticas…
TELEJORNAIS – Na segunda feira, dia da reunião do Conselho Geral e de Supervisão do BCP, preparei-me para saber o que se tinha passado pelos telejornais das 22h00, na RTP 2 e na SIC Notícias. Eis que a RTP 2 abriu com uma cerimónia propagandística do Governo (uns novos fundos europeus), que no dia seguinte pouco destaque mereceram nos jornais; depois avançou para uma notícia sindical e outros faits-divers – a notícia sobre o BCP chegou finalmente quase meia hora depois do início, já no final do Jornal; na SIC Notícias foi a reunião do BCP a abrir o Jornal, e para além da informação factual estavam em estúdio convidados, especialistas, para comentar o sucedido. Como o alvo de ambos os Jornais é semelhante, qual a justificação para semelhante diferença de critérios editoriais?
EXEMPLO – Aqui os nossos vizinhos espanhóis, que não perdem tempo, nomearam o português Sérgio Mah para comissariar a Photo España, que já é uma das mais importantes mostras de fotografia europeias. A curiosidade é que Sérgio Mah ganhou notoriedade internacional com a bienal Lisboa Photo, que dirigiu até que esse coveiro da cultura lisboeta, que dá pelo nome de Amaral Lopes, a extinguiu para substituir por uns festivalecos de cinema digital que este ano foram um belo insucesso. A vida é assim: ficamos nós a perder, os espanhóis a ganhar, e o Amaral a assobiar para o ar…
COMER – Campo de Ourique está cheio de bons e simples restaurantes. Um deles, com grelhados de eleição, é a Parreirinha do Minho, na Rua Francisco Metrass 47. A morcela com legumes é fantástica, os grelhados de peixe e carne são exemplares. O ambiente é familiar, o vinho da casa é honesto. Teel. 21 396 90 28
OUVIR – O jazz que o Estoril Jazz oferece entre 6 a 15 de Julho no Auditório do Parque Palmela. Destaque para Buster Williams dia 6, Dave Holland dia 7, Joshua Redman dia 13 e uma formação dirigida pelo pianis Cyrus Chestnut, Jazz At The Philarmonic Revisited, no dia 15, a encerrar mais esta edição do festival que Duarte Mendonça continua a proporcionar.
LER – A mais recente edição da revista «Fast Company» - belos artigos sobre a criatividade na China e como a Disney se reinventou graças à parceria que estabeleceu com a Apple no iPod vídeo.
BACK TO BASICS – «É flagrante e constante a insistência governamental em proibir, travar, limitar, burocratizar…» - Francisco Pinto Balsemão.
PARQUE MAYER – António Costa lá caíu na tentação de juntar os artistas do costume para fazer o número do Parque Mayer. Aproveitou o embalo folclórico e destapou a careca da tacanhez, atacando o valor e a utilidade de grandes obras de arquitectura, emblemáticas, chamando-lhes desperdícios. Ainda bem que D. Manuel I não era tão pacóvio, ou não teríamos os Jerónimos; ainda bem que D. João I tinha orgulho em afirmar a imagem de Portugal ou não teríamos o Mosteiro da Batalha; ainda bem que D. João V não teve medo em contratar um alemão para fazer o mais importante monumento do barroco português, o Convento de Mafra. Já se percebeu que, com Costa, Lisboa é para ficar uma cidadezinha sem ambiçãozinha, simplezinha e arranjadinha. Ao seu lado o arquitecto Manuel Salgado, impassível, dava-lhe a cobertura estética. Isto vai ser bonito, vai…
CORRER – O Presidente francês Nicolas Sarkozy está a ser alvo de uma campanha de alguns prestigiados intelectuais por causa da sua paixão pelo jogging, que partilha com o Primeiro-Ministro português. O filósofo Alain Finkelkraut insinua que o jogging é de direita, classifica-o como um acto filistino e pouco francês, e recomenda ao Presidente longas caminhadas, que ajudam à reflexão, como é tradição na civilização ocidental. Um analista de comunicação e media, Daniel Schneidermann, diz que as imagens recorrentes de Sarkozy a correr são «uma importante arma de manipulação mediática». Aguarda-se uma tese de Eduardo Prado Coelho sobre a elegância do correr de José Sócrates e uma deliberação da ERC sobre o carácter didático das corridinhas socráticas…
TELEJORNAIS – Na segunda feira, dia da reunião do Conselho Geral e de Supervisão do BCP, preparei-me para saber o que se tinha passado pelos telejornais das 22h00, na RTP 2 e na SIC Notícias. Eis que a RTP 2 abriu com uma cerimónia propagandística do Governo (uns novos fundos europeus), que no dia seguinte pouco destaque mereceram nos jornais; depois avançou para uma notícia sindical e outros faits-divers – a notícia sobre o BCP chegou finalmente quase meia hora depois do início, já no final do Jornal; na SIC Notícias foi a reunião do BCP a abrir o Jornal, e para além da informação factual estavam em estúdio convidados, especialistas, para comentar o sucedido. Como o alvo de ambos os Jornais é semelhante, qual a justificação para semelhante diferença de critérios editoriais?
EXEMPLO – Aqui os nossos vizinhos espanhóis, que não perdem tempo, nomearam o português Sérgio Mah para comissariar a Photo España, que já é uma das mais importantes mostras de fotografia europeias. A curiosidade é que Sérgio Mah ganhou notoriedade internacional com a bienal Lisboa Photo, que dirigiu até que esse coveiro da cultura lisboeta, que dá pelo nome de Amaral Lopes, a extinguiu para substituir por uns festivalecos de cinema digital que este ano foram um belo insucesso. A vida é assim: ficamos nós a perder, os espanhóis a ganhar, e o Amaral a assobiar para o ar…
COMER – Campo de Ourique está cheio de bons e simples restaurantes. Um deles, com grelhados de eleição, é a Parreirinha do Minho, na Rua Francisco Metrass 47. A morcela com legumes é fantástica, os grelhados de peixe e carne são exemplares. O ambiente é familiar, o vinho da casa é honesto. Teel. 21 396 90 28
OUVIR – O jazz que o Estoril Jazz oferece entre 6 a 15 de Julho no Auditório do Parque Palmela. Destaque para Buster Williams dia 6, Dave Holland dia 7, Joshua Redman dia 13 e uma formação dirigida pelo pianis Cyrus Chestnut, Jazz At The Philarmonic Revisited, no dia 15, a encerrar mais esta edição do festival que Duarte Mendonça continua a proporcionar.
LER – A mais recente edição da revista «Fast Company» - belos artigos sobre a criatividade na China e como a Disney se reinventou graças à parceria que estabeleceu com a Apple no iPod vídeo.
BACK TO BASICS – «É flagrante e constante a insistência governamental em proibir, travar, limitar, burocratizar…» - Francisco Pinto Balsemão.
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