QUE FAZER COM O ARRUINADO
PAVILHÃO DOS DESPORTOS?
No meio destas eleições lisboetas há uma série de tópicos que parecem esquecidos, depois de nos últimos anos terem sido motivo de polémica. Um deles é a (boa) ideia de ter em Lisboa uma construção assinada pelo arquitecto Frank Gehry. Eu acho que as cidades vivem de emblemas, sou dos que pensam que a obra dos arquitectos contemporâneos é uma mais valia para a imagem das cidades e para a sua capacidade de atracção de visitantes.
Por isso sempre me agradou que Gehry deixasse a sua assinatura em Lisboa, de forma bem evidente, da mesma forma que nunca achei grande ideia que ele o fizesse num recanto escondido por detrás de uns prédios da Avenida da Liberdade – que é o que o Parque Mayer é de facto.
Acontece no entanto que existe um edifício, propriedade do Município, num local central, muito visível, bem servido de transportes, que está no sítio certo para fazer um desafio aos arquitectos – e talvez se pudesse renegociar com Gehry, para que nem tudo o que já lhe foi pago em estudos seja investimento perdido.
Falo do Pavilhão dos Desportos, Pavilhão Carlos Lopes, no alto do Parque Eduardo VII. Para quem não sabe, o estado da construção é mau, tem sérias limitações de utilização por razões de segurança, e hoje em dia a sala é perfeitamente desadequada para o que quer que seja – desde desporto a música. Dizem-me (e parece-me evidente) que nada daquilo tem interesse arquitectónico a preservar e, com a excepção de uns painéis de azulejos, não há muito para guardar.
Ora acontece que Lisboa tem falta de uma boa sala de música com capacidade para uns 2500 a 3000 lugares, o que viabilizaria, do ponto de vista comercial, muitos e bons concertos dos mais variados géneros. E já que Gehry tem construído alguns dos mais espantosos (e eficazes) auditórios modernos ao longo da sua carreira, porque não propor-lhe uma reconversão da sua intervenção em Lisboa e colocar, no alto daquela colina, dominando o parque Eduardo VII, uma obra que marque Lisboa de forma bem evidente?
E não venham com o deficit, esta é daquelas obras que pode ser paga com as contrapartidas do Casino de Lisboa. É só uma questão de vontade.
(publicado na edição de dia 27 de Junho do diário gratuito «Meia Hora»
PAVILHÃO DOS DESPORTOS?
No meio destas eleições lisboetas há uma série de tópicos que parecem esquecidos, depois de nos últimos anos terem sido motivo de polémica. Um deles é a (boa) ideia de ter em Lisboa uma construção assinada pelo arquitecto Frank Gehry. Eu acho que as cidades vivem de emblemas, sou dos que pensam que a obra dos arquitectos contemporâneos é uma mais valia para a imagem das cidades e para a sua capacidade de atracção de visitantes.
Por isso sempre me agradou que Gehry deixasse a sua assinatura em Lisboa, de forma bem evidente, da mesma forma que nunca achei grande ideia que ele o fizesse num recanto escondido por detrás de uns prédios da Avenida da Liberdade – que é o que o Parque Mayer é de facto.
Acontece no entanto que existe um edifício, propriedade do Município, num local central, muito visível, bem servido de transportes, que está no sítio certo para fazer um desafio aos arquitectos – e talvez se pudesse renegociar com Gehry, para que nem tudo o que já lhe foi pago em estudos seja investimento perdido.
Falo do Pavilhão dos Desportos, Pavilhão Carlos Lopes, no alto do Parque Eduardo VII. Para quem não sabe, o estado da construção é mau, tem sérias limitações de utilização por razões de segurança, e hoje em dia a sala é perfeitamente desadequada para o que quer que seja – desde desporto a música. Dizem-me (e parece-me evidente) que nada daquilo tem interesse arquitectónico a preservar e, com a excepção de uns painéis de azulejos, não há muito para guardar.
Ora acontece que Lisboa tem falta de uma boa sala de música com capacidade para uns 2500 a 3000 lugares, o que viabilizaria, do ponto de vista comercial, muitos e bons concertos dos mais variados géneros. E já que Gehry tem construído alguns dos mais espantosos (e eficazes) auditórios modernos ao longo da sua carreira, porque não propor-lhe uma reconversão da sua intervenção em Lisboa e colocar, no alto daquela colina, dominando o parque Eduardo VII, uma obra que marque Lisboa de forma bem evidente?
E não venham com o deficit, esta é daquelas obras que pode ser paga com as contrapartidas do Casino de Lisboa. É só uma questão de vontade.
(publicado na edição de dia 27 de Junho do diário gratuito «Meia Hora»
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