ÉTICA – Por mais voltas que se dê ao texto, aquilo que mais falta faz na política é a ética. Uma ética que não utilize casas de banho nem má educação, uma ética que valorize a acção e não as promessas, uma ética que sublinhe as diferenças e não iluda as aparências. Não é impossível, nem é tarde, mas vai ser difícil.
VOYEURISMO - É ficar a ver a declaração em 17 pontos de Fátima Felgueiras dada em directo, e tornar em facto político do dia o regresso de uma furagida à justiça, exactamente a tempo de se tornar estrela de uma campanha eleitoral.
O FOSSO – A comunicação política está afundada num fosso. Os políticos atiram coisas lá para dentro e há quem fique a ver. São muito poucos a atirar lixo para o fosso e não são assim tantos a olhar lá para dentro. Mas fazem tanto barulho, que parecem decisivos. Funcionam em círculo fechado: o fosso alimenta-se de quem o enche e de quem o espreita. Como qualquer fosso, faz um eco terrível, uma barulheira enorme. O fosso é um amplificador dos espectáculos degradantes que enxameiam a vida pública.
LISBOA – O candidato que ganhar Lisboa devia prometer que não faz mais obras, que não abre mais buracos, que não faz mais túneis, que proíbe o estacionamento em dupla fila, que deixa os lisboetas viverem e circularem na cidade, que permite que gozem a circulação que o imposto respectivo devia garantir. Por acaso não vejo ninguém a fazer promessas nesta matéria. Porque será?
DEBATES – Poucas ideias, muito poucas ideias, apesar de estarmos a poucos dias do arranque efectivo da campanha eleitoral. Nestas eleições, que deviam ser de proximidade, aposta-se sobretudo na maquilhagem dos candidatos. Uma fantasia, portanto. É a táctica do reality-show aplicado à política.
POIS – Repararam que a capa desta semana da revista «The Economist» tinha por título «How the internet killed the phone business»? Se têm dúvidas sobre as grandes companhias telefónicas leiam o artigo.
TV- E quando os programas de televisão deixarem de dar na televisão? Paradoxo? – Nem por isso. Consultem o último número da revista «Wired» (infelizmente não disponível em Portugal devido ao problema da importação de revistas norte-americanas). De qualquer forma uma visita a www.wired.com permite ler o tema de capa, «Reinventando a Televisão», e sobretudo o magnífico artigo «ESPN Thinks Outside The Box», onde se explica como um dos grandes canais de desporto ultrapassou a dimensão do receptor de televisão e diversificou de forma calma mas constante para outras plataformas de distribuição e criou um modelo de negócio viável.
COMIDINHA- Faltam restaurantes bons e populares, no sentido de animados sem a necessidade de figuras de revistas ou do poder. De restaurantes onde se coma bem e se paguem preços honestos, onde o vinho da casa seja bom. Como emn tantas outras áreas, na restauração portuguesa falta a camada do meio – há tascas óptimas, bons restaurantes de gama alta, mas quase não há restaurantes de gama média e bons. Eu gosto de restaurantes populares, mas com bom serviço? Será um paradoxo? Só se for aqui…
VER – A exposição «O Fado Por Stuart de Carvalhais», desenhos e ilustrações publicados em revistas e partituras da época. Em paralelo mostram-se trabalhos relacionados por outros artistas contemporâneos de Carvalhais, como Almada ou Botelho. No Museu do Fado, frente ao Largo do Chafariz de Baixo, Alfama.
OUVIR – Na primeira década do século XVIII a ópera esteve proibida em Roma graças a uma sucessão de factos: desde o Jubileu de 1700, a guerras, epidemias e até um tremor de terra. De facto o teatro era considerado o expoente da decadência, as mulheres proibidas de o pisar (daí a invasão de castrati na ópera italiana…). Mas claro que apesar das proibições os compositores continuaram a compor. Cecília Bartoli, acompanhada pelos Musiciens du Louvre dirigidos por Marc Minkowski, mostra alguns desses trabalhos proibidos de Handel, Scarlatti e Caldara num disco emocionante. «Opera Proibita», CD Decca, distribuição Universal Music.
PERGUNTA - O que vai acontecer se em alguns concelhos os partidos políticos forem derrotados por movimentos independentes?
FRASE DA SEMANA – «O Dr. Mário Soares é confiável» , Jorge Coelho em «A Quadartura do Círculo».
VOYEURISMO - É ficar a ver a declaração em 17 pontos de Fátima Felgueiras dada em directo, e tornar em facto político do dia o regresso de uma furagida à justiça, exactamente a tempo de se tornar estrela de uma campanha eleitoral.
O FOSSO – A comunicação política está afundada num fosso. Os políticos atiram coisas lá para dentro e há quem fique a ver. São muito poucos a atirar lixo para o fosso e não são assim tantos a olhar lá para dentro. Mas fazem tanto barulho, que parecem decisivos. Funcionam em círculo fechado: o fosso alimenta-se de quem o enche e de quem o espreita. Como qualquer fosso, faz um eco terrível, uma barulheira enorme. O fosso é um amplificador dos espectáculos degradantes que enxameiam a vida pública.
LISBOA – O candidato que ganhar Lisboa devia prometer que não faz mais obras, que não abre mais buracos, que não faz mais túneis, que proíbe o estacionamento em dupla fila, que deixa os lisboetas viverem e circularem na cidade, que permite que gozem a circulação que o imposto respectivo devia garantir. Por acaso não vejo ninguém a fazer promessas nesta matéria. Porque será?
DEBATES – Poucas ideias, muito poucas ideias, apesar de estarmos a poucos dias do arranque efectivo da campanha eleitoral. Nestas eleições, que deviam ser de proximidade, aposta-se sobretudo na maquilhagem dos candidatos. Uma fantasia, portanto. É a táctica do reality-show aplicado à política.
POIS – Repararam que a capa desta semana da revista «The Economist» tinha por título «How the internet killed the phone business»? Se têm dúvidas sobre as grandes companhias telefónicas leiam o artigo.
TV- E quando os programas de televisão deixarem de dar na televisão? Paradoxo? – Nem por isso. Consultem o último número da revista «Wired» (infelizmente não disponível em Portugal devido ao problema da importação de revistas norte-americanas). De qualquer forma uma visita a www.wired.com permite ler o tema de capa, «Reinventando a Televisão», e sobretudo o magnífico artigo «ESPN Thinks Outside The Box», onde se explica como um dos grandes canais de desporto ultrapassou a dimensão do receptor de televisão e diversificou de forma calma mas constante para outras plataformas de distribuição e criou um modelo de negócio viável.
COMIDINHA- Faltam restaurantes bons e populares, no sentido de animados sem a necessidade de figuras de revistas ou do poder. De restaurantes onde se coma bem e se paguem preços honestos, onde o vinho da casa seja bom. Como emn tantas outras áreas, na restauração portuguesa falta a camada do meio – há tascas óptimas, bons restaurantes de gama alta, mas quase não há restaurantes de gama média e bons. Eu gosto de restaurantes populares, mas com bom serviço? Será um paradoxo? Só se for aqui…
VER – A exposição «O Fado Por Stuart de Carvalhais», desenhos e ilustrações publicados em revistas e partituras da época. Em paralelo mostram-se trabalhos relacionados por outros artistas contemporâneos de Carvalhais, como Almada ou Botelho. No Museu do Fado, frente ao Largo do Chafariz de Baixo, Alfama.
OUVIR – Na primeira década do século XVIII a ópera esteve proibida em Roma graças a uma sucessão de factos: desde o Jubileu de 1700, a guerras, epidemias e até um tremor de terra. De facto o teatro era considerado o expoente da decadência, as mulheres proibidas de o pisar (daí a invasão de castrati na ópera italiana…). Mas claro que apesar das proibições os compositores continuaram a compor. Cecília Bartoli, acompanhada pelos Musiciens du Louvre dirigidos por Marc Minkowski, mostra alguns desses trabalhos proibidos de Handel, Scarlatti e Caldara num disco emocionante. «Opera Proibita», CD Decca, distribuição Universal Music.
PERGUNTA - O que vai acontecer se em alguns concelhos os partidos políticos forem derrotados por movimentos independentes?
FRASE DA SEMANA – «O Dr. Mário Soares é confiável» , Jorge Coelho em «A Quadartura do Círculo».
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