August 21, 2005

NADA VAI FICAR COMO ERA

FUTEBOL NA TV – A Comissão Europeia avisou formalmente a Premier League britânica, formulando reservas sobre a forma como os direitos de transmissões televisivas estão a ser negociados. A autoridade reguladora europeia avisou a Liga que a partir de 2007 nenhuma estação pode ter mais que 50% das transmissões dos jogos. A BSkyB tem os direitos exclusivos da Liga há mais de uma década.

SOPRANOS – Os «Sopranos» vão ter uma série especial de oito episódios extra, que vai estrear nos Estados Unidos em Janeiro. A série normal de doze episódios, com estreia norte-americana prevista para Março do próximo ano. Esta táctica de uma série especial a anteceder a série normal foi pela primeira vez experimentada c om a série «Sex In The City». Em Portugal os «Sopranos» são exibidos na 2:.

LUCROS – A Alliance Atlantis Communications, empresa responsável pela distribuição de todas as séries da marca CSI, subiu os seus lucros do segundo trimestre deste ano para 10.7 milhões de dólares, comparados com os 3.2 milhões do período homólogo do ano anterior. Em Portugal a série pertence à SIC.

CHINA – A série norte-americana «Desperate Housewives» vai ser exibida na televisão chinesa no Outono deste ano. A estreia está prevista para uma televisão de Pequim, a CCTV-8, que foi comprada por uma empresa norte-americana, a Zone Vision.

NOVA TV – Finalmente está no ar a estação de televisão que conta entre os seus promotores com o ex-vice- presidente dos Estados Unidos, Al Gore. A Current TV propõe-se ser um ecrã aberto às colaborações de todos os que queiram participar numa nova forma de fazer televisão e o respectivo site, www.current.tv, é um dos mais perfeitos manuais de como se pode começar a pensar em produzir televisão com meios reduzidos. A Current Tv pretende dar espaço a uma nova forma de jornalismo, reportagens e programas, assegurados pelos espectadores e por pessoas interessadas em explorar esta nova forma de relacionamengto entre uma estação, quem a vê e quem a faz. É simplesmente aliciante e o site merece uma visita atenta.

OUVIR – Esta semana tirei a barriga de misérias em matéria de blues. Apetecia-me ter ido a Paredes de Coura ouvir os Pixies, como não conseguia encomendei da Amazon um original de John Mayall de 1968, o histórico, único e irresistível «Blues From The Laurel Canyon». Há uns 20 anos que não ouvia este disco – ainda tenho o original de vinil – mas senti-me fresco e saltitante quando recebi o CD esta semana. Foi um daqueles apetites súbitos que me levou à loja da Amazon para ter este disco que assinalou o fim dos Bluesbreakers e que foi gravado em apenas três semanas em no verão de 68. Todas as composições são de Mayall, que as descreve como uma «impressão musical de Los Angeles», e a acompanhá-lo e às suas teclas estão o grande Mick Taylor na guitarra, Stephen Thomson no baixo e Collin Allen na bateria.

POR CAUSA DAS COISAS –Há cerca de uns seis meses elogiei aqui nestas páginas o então novo disco dos Wray Gunn, «Eclesiastes 1.11», agora em vias de se tornar num ícone. Eles merecem. São de Coimbra e portugueses, têm caminhos cruzados com os Bellechese Hotel. Comprem o disco, é um dever patriótico. E um prazer garantido para quem goste de rock.

COMIDINHA - Hoje há petiscos, grelhados de peixe e de carne, simpatia no servir e ambiente descontraído. Tem batatas fritas honestas e saladas viçosas. Falo do Entre Copos, na linha de separação entre a Rua de Entre Campos e o Campo Pequeno, do lado deste último. Durante anos ali foi uma das mais simpáticas e calorosas tascas de Lisboa, hoje é um bom restaurante, com matéria prima de enaltecer. Bom para jantares arrastados em noites tépidas, obviamente em boa companhia. Rua de Entrecampos 11, telefone 217966638.

PRECONCEITO – Quantos jornalistas olham para a actuação deste Governo com o mesmo espírito crítico que tinham em relação ao anterior? Quantos olham para o que se passa em Israel, na retirada da faixa de Gaza, com o mesmo espírito com que olharam para incidentes fronteiriços há um ano atrás? O preconceito mata a notícia e arruína o jornalismo.

MONARQUIA – Até quando vão os monárquicos portugueses permitir que as suas ideias sejam politicamente assumidas pelo bando que tomou conta do PPM? Até quando vão permitir que autarcas e políticos façam alianças espúrias e inúteis com essa gente?

BACK TO BASICS – A memória não é curta; os princípios não são plasticina.