July 13, 2004

AS ENTREVISTAS - COMENTÁRIO
O post sobre as entrevistas dadas pelo ingitado Primeiro Ministro motivaram um bem articulado comentário de LF, autor do largo do rato, cuja leitura se recomenda.
Aqui vão excertos so comentário:
Ao contrário de muitos comentadores - quase todos pró
dissolução, diga-se - acho que PSL fez muito bem em
conceder as duas entrevistas referidas e no "timing"
que o fez.
Foram aliás entrevistas notáveis no seu conteúdo
politico.
A primeira a Judite de Sousa, Santana Lopes afirmou-se
como líder do PPD/PSD declarando:
- As razões dos sociais democratas para a manutenção
da estabilidade governativa, nomeadamente nos aspectos
sensíveis definidos por Durão Barroso e Jorge Sampaio
(a coerencia e continuidade das politicas
economico-financeira, externa e de defesa) e
demonstrando que pela sua parte nada havia a temer
sobre a governabilidade do país.
- Estar preparado para uma campanha eleitoral e para
ver o sua liderança consolidada nas urnas através duma
vitória se fosse essa a decisão de Jorge Sampaio.

e mostrando uma serenidade, liderança e contenção
assinaláveis.

Marcou pontos ao:
-clarificar a posição contrária a eleições do PPD/PSD
-não excluir nem temer a outra solução assumindo-se
como líder desse combate eleitoral para vencer.
-mostrar aos cépticos internos do PSD que os vai
contradizer e á esmagadora maioria do partido que o
seu apoio se justifica.
- mostrar-se tal como é retirando aos críticos a
satisfação de o dizerem com "low profile" táctico para
obter o cargo de PM.

A entrevista a Ricardo Costa permitiu-lhe:
- Justificar-se ao eleitorado de Lisboa pela sua
saída, reforçando a sua obra a acabar pelo executivo
camarário com uma palavrinha ás autarquias e autarcas
da maioria.
- Mostrar ao PR e ao país, que considera Jorge Sampaio
e que se compromete a uma relação institucional
impecável. Mostrando-se desde já não disponível a
tratar temas objecto de conversa com Sampaio.
- Reforçar a imagem de Estado que já tinha deixado
transparecer na primeira entrevista. Sendo tolerante -
desvalorizando - com as críticas pessoais que lhe
fazem e enfocando o seu discurso para a
responsabilidade do seu governo, a continuidade das
políticas e o muito trabalho que espera os portugueses
mesmo quando a retoma já espreita.
- Reforçar, e bem, o discurso social.
- Mostrar lealdade e liderança em relação ao parceiro
de coligação.