LEI DO CINEMA
A nova Lei do Cinema tem merecido as observações mais disparatadas. O realizador João Mário Grilo saíu-se com uma particularmente brilhante, dirigida aos que defendem que se devem criar bases para uma indústria audiovisual, sentido em que a nova Lei se alinha. Diz ele que não se pode fazer uma indústria sem mercado e que em Portugal não há mercado. Convém recordar três coisas: não é um problema de idioma nem de massa crítica demográfica - a Holanda é igual e tem cinema que funciona; não é problema de repúdio pelo cinema – as salas estão com boas lotações, o número de espectadores de cinema tem vindo a aumentar nos últimos anos e, curiosamente,à medida que aumenta o número de salas, ecrãs e espectadores, tem diminuído o número de bilhetes vendidos para filmes portugueses; provavelmente diminui o número de interessados nos filmes portugueses porque os seus realizadores e produtores não se interessam por o cativar – o que quer dizer filmes que comuniquem, o que quer dizer cativar CONTINUAMENTE os públicos. O problema não é o da dimensão do mercado, é o de o cinema português, na maioria, se estar nas tintas para o mercado e não procurar fomentá-lo. Nenhum mercado existe se não fôr acarinhado, estimulado e fomentado – e é certo que por muito artísticos que os filmes de João Mário Grilo sejam, não é a pensar no público que eles são feitos. Enquanto assim fôr, batatas. O mercado não vive sózinho, não é uma coisa abstracta.
A nova Lei do Cinema tem merecido as observações mais disparatadas. O realizador João Mário Grilo saíu-se com uma particularmente brilhante, dirigida aos que defendem que se devem criar bases para uma indústria audiovisual, sentido em que a nova Lei se alinha. Diz ele que não se pode fazer uma indústria sem mercado e que em Portugal não há mercado. Convém recordar três coisas: não é um problema de idioma nem de massa crítica demográfica - a Holanda é igual e tem cinema que funciona; não é problema de repúdio pelo cinema – as salas estão com boas lotações, o número de espectadores de cinema tem vindo a aumentar nos últimos anos e, curiosamente,à medida que aumenta o número de salas, ecrãs e espectadores, tem diminuído o número de bilhetes vendidos para filmes portugueses; provavelmente diminui o número de interessados nos filmes portugueses porque os seus realizadores e produtores não se interessam por o cativar – o que quer dizer filmes que comuniquem, o que quer dizer cativar CONTINUAMENTE os públicos. O problema não é o da dimensão do mercado, é o de o cinema português, na maioria, se estar nas tintas para o mercado e não procurar fomentá-lo. Nenhum mercado existe se não fôr acarinhado, estimulado e fomentado – e é certo que por muito artísticos que os filmes de João Mário Grilo sejam, não é a pensar no público que eles são feitos. Enquanto assim fôr, batatas. O mercado não vive sózinho, não é uma coisa abstracta.
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