EVOLUÇÃO
Ora experimentem ler o que o Pedro Rolo Duarte escreve hoje no DNA sobre a parva polémica entre evolução e revolução. Está bem dito. Já agora, para puxar a brasa à minha sardinha, no «Jornal de Negócios» de hoje, escrevi:–Quem ler alguns dos escritos opositores ao slogan «Abril é Evolução» pensará que os seus autores preferiam que não tivesse havido evolução nenhuma e apenas revolução. Não muito surpreendentemente o escrito de Fernando Rosas sobre a matéria é o exemplo perfeito do que pode a exploração da distracção histórica entre os leitores – caso curioso já que o autor se reivindica de historiador. É claro que uma leitura atenta do seu artigo no «Público» da passada quarta-feira mostra mais as suas divergências com o responsável nomeado pelo Governo para coordenar as comemorações dos 30 anos do 25 de Abril do que propriamente qualquer tese inovadora. O revisionismo de Rosas consiste afinal em pouco: em esquecer tudo o que se passou desde o 25 de Novembro de 75, quando a revolução terminou e a evolução começou. Abril, na sua génese, como Rosas bem sabe e na altura não se cansava de repetir, era suposto ser um golpe moderado, que abrisse uma solução colonial e liberalizasse o regime internamente. Durante 18 meses, por força da acção do PCP, as coisas descarrilaram, por vezes perigosamente e na maior parte dos casos bem longe dos desígnios revolucionários e bem perto do que então eram os interesses geo-estratégicos da União Soviética. O resto são pouco mais que boas intenções nunca bem resolvidas. Da revolução – que de facto nunca existiu - ficou bastante pouco, da evolução de um país, felizmente, ficou bastante mais.
Ora experimentem ler o que o Pedro Rolo Duarte escreve hoje no DNA sobre a parva polémica entre evolução e revolução. Está bem dito. Já agora, para puxar a brasa à minha sardinha, no «Jornal de Negócios» de hoje, escrevi:–Quem ler alguns dos escritos opositores ao slogan «Abril é Evolução» pensará que os seus autores preferiam que não tivesse havido evolução nenhuma e apenas revolução. Não muito surpreendentemente o escrito de Fernando Rosas sobre a matéria é o exemplo perfeito do que pode a exploração da distracção histórica entre os leitores – caso curioso já que o autor se reivindica de historiador. É claro que uma leitura atenta do seu artigo no «Público» da passada quarta-feira mostra mais as suas divergências com o responsável nomeado pelo Governo para coordenar as comemorações dos 30 anos do 25 de Abril do que propriamente qualquer tese inovadora. O revisionismo de Rosas consiste afinal em pouco: em esquecer tudo o que se passou desde o 25 de Novembro de 75, quando a revolução terminou e a evolução começou. Abril, na sua génese, como Rosas bem sabe e na altura não se cansava de repetir, era suposto ser um golpe moderado, que abrisse uma solução colonial e liberalizasse o regime internamente. Durante 18 meses, por força da acção do PCP, as coisas descarrilaram, por vezes perigosamente e na maior parte dos casos bem longe dos desígnios revolucionários e bem perto do que então eram os interesses geo-estratégicos da União Soviética. O resto são pouco mais que boas intenções nunca bem resolvidas. Da revolução – que de facto nunca existiu - ficou bastante pouco, da evolução de um país, felizmente, ficou bastante mais.
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