November 26, 2003

EMEL
Mais uma citação:
A EMEL foi criada em meados dos anos 90, com o objectivo de explorar o estacionamento de superfície em Lisboa. Como todas as boas empresas públicas, a administração da EMEL foi nomeada obedecendo aos critérios habituais de escolha para estas E.M’s: a gestão foi entregue a um grupo de poetas, sociólogos e de filósofos, amigos de longa data do senhor presidente da autarquia. Este grupo, de um amadorismo que saltava à vista, tomou conta da EMEL e rapidamente criou uma estrutura mastodôntica, com directores para dar e vender e excelentes regalias para todos. O costume. Diz-se que tinham mais directores que um banco.

Acredite-se que é difícil perder dinheiro com parquímetros. Os investimentos são irrisórios e os custos pequenos. Para que se entenda a eficiência da gestão soarista, a EMEL, que apenas paga à CML 25% das receitas que obtém dos parquímetros da cidade , conseguiu perder 500.000 contos num só ano. Como comparação, em Cascais a exploração foi entregue a uma empresa privada que pagava mais de 50% à autarquia por menos de 10% dos lugares e, ao que parece, não foi à falência.

A EMEL nunca funcionou. Ignorar os sapinhos e os seus papelinhos era a actuaçãp óbvia: as multas raramente chegavam e quando chegavam, raramente eram pagas. Bastava rasgá-las e nada acontecia.

Recentemente, com a nova administração, e após um ano de evidente paralisia, as coisas começaram a mexer. O bloqueio de rodas a veículos em infracção é fortemente dissuasor e as receitas da EMEL, ao que consta, terão disparado.

A origem está aqui.