COMO HOJE É SEXTA...
há versão impressa.
Excertos:
SOBRE A MÚSICA
Esta semana PS e PP propuseram na Assembleia da República medidas legislativas para garantir que as estações de rádio transmitam música portuguesa. É uma boa medida, espera-se que seja consequente – ou seja, que não fique na gaveta a apodrecer como uma lei anterior, no mesmo sentido, proposta e aprovada há muito anos por iniciativa do Deputado José Niza.
Algumas pessoas queixam-se de que isto é uma excessiva regulação e que na prática prejudica os interesses dos consumidores, ao restringir o leque e a diversidade da oferta musical nas rádios. Nos dias de hoje este é um falso problema: a adopção de play-lists como ferramenta quase única de programação é um acto bem mais lesivo da diversidade do que qualquer outra coisa: de facto as estações impõem que em cada momento o universo musical a que se dedicam seja integrado por algumas dezenas de canções e nada mais.
Existe de facto uma enorme dificuldade para os novos artistas portugueses em aparecerem e serem ouvidos, por mais elevado que seja o investimento das suas editoras. Bons produtos, quer do ponto de vista artístico, quer do ponto de vista comercial, falham muitas vezes simplesmente porque não chegam ao público – porque nem as rádios nem as televisões os divulgam. Já repararam que no último ano o surgimento de novos nomes se limita ao sector dos imitadores, dos intérpretes de versões, consagradados e popularizados em diversos concursos televisivos? Este não é um caminho saudável para a música.
A Espanha e a França, aqui ao lado, conseguiram, com leis semelhantes – que espero sejam estudadas, comparadas e inspiradoras para os nossos deputados – inverter a situação. Hoje em dia a música de produção local em Espanha e em França não é apenas a que mais passa na rádio e televisão – é a que mais vende. Surgiram dezenas de novos artistas, um número significativo internacionalizou-se - facto quase inédito até aí. Um sector da indústria do entretenimento que estava moribundo, salvou-se e está saudável, criando milhares de postos de trabalho, desde estúdios a músicos de sessão, passando por produtores, promotores de concertos, produtores locais, técnicos de som, luz e palco.
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SOBRE A MÚSICA
Esta semana PS e PP propuseram na Assembleia da República medidas legislativas para garantir que as estações de rádio transmitam música portuguesa. É uma boa medida, espera-se que seja consequente – ou seja, que não fique na gaveta a apodrecer como uma lei anterior, no mesmo sentido, proposta e aprovada há muito anos por iniciativa do Deputado José Niza.
Algumas pessoas queixam-se de que isto é uma excessiva regulação e que na prática prejudica os interesses dos consumidores, ao restringir o leque e a diversidade da oferta musical nas rádios. Nos dias de hoje este é um falso problema: a adopção de play-lists como ferramenta quase única de programação é um acto bem mais lesivo da diversidade do que qualquer outra coisa: de facto as estações impõem que em cada momento o universo musical a que se dedicam seja integrado por algumas dezenas de canções e nada mais.
Existe de facto uma enorme dificuldade para os novos artistas portugueses em aparecerem e serem ouvidos, por mais elevado que seja o investimento das suas editoras. Bons produtos, quer do ponto de vista artístico, quer do ponto de vista comercial, falham muitas vezes simplesmente porque não chegam ao público – porque nem as rádios nem as televisões os divulgam. Já repararam que no último ano o surgimento de novos nomes se limita ao sector dos imitadores, dos intérpretes de versões, consagradados e popularizados em diversos concursos televisivos? Este não é um caminho saudável para a música.
A Espanha e a França, aqui ao lado, conseguiram, com leis semelhantes – que espero sejam estudadas, comparadas e inspiradoras para os nossos deputados – inverter a situação. Hoje em dia a música de produção local em Espanha e em França não é apenas a que mais passa na rádio e televisão – é a que mais vende. Surgiram dezenas de novos artistas, um número significativo internacionalizou-se - facto quase inédito até aí. Um sector da indústria do entretenimento que estava moribundo, salvou-se e está saudável, criando milhares de postos de trabalho, desde estúdios a músicos de sessão, passando por produtores, promotores de concertos, produtores locais, técnicos de som, luz e palco.
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