A COISA PROMETE
Alberto Gonçalves, que só conheço pelo que escrevia no «Correio da Manhã», tem um blog que promete: Homem A Dias. Para já o que escreveu sobre o estado da opinião em Portugal merece elogio e citação: Salvo excepções, não temos comentadores, temos mensageiros, que passam recados nas páginas dedicadas ao efeito, exaltando compinchas, zurzindo desafectos. Nem vale a pena mencionar o espartilho partidário: Lisboa é pequena e provinciana (o Porto é pior), os restaurantes de jeito escasseiam e os bares em voga, por definição, são poucos. Toda a gente se roça mútua e publicamente aqui e ali. Antipatiza-se com uns, simpatiza-se com os restantes, não importa: o resultado é uma enviesada desgraça. Lembro-me de um «vulto» da crónica nacional a quem apetecia desancar Paulo Portas, mas que não o fazia «por ser amigo dele». A fidelidade ao amigo ficou-lhe bem; a profissão nem tanto.
À semelhança do IRS dos políticos, aos cronistas deveria ser exigida e tornada pública a declaração anual de relações pessoais. Ao menos perceberíamos de quem se fala quando se fala da «grande promessa que o parlamento revelou» ou desse «ministro emocionalmente débil, tendencialmente autoritário e um acabado cabrão». Ou sim, ou sopas. Os blogues, Deus os guarde, começaram pelo «sim», mas alguns já arrastam a colher para as «sopas». É a arte de ser português.
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Alberto Gonçalves, que só conheço pelo que escrevia no «Correio da Manhã», tem um blog que promete: Homem A Dias. Para já o que escreveu sobre o estado da opinião em Portugal merece elogio e citação: Salvo excepções, não temos comentadores, temos mensageiros, que passam recados nas páginas dedicadas ao efeito, exaltando compinchas, zurzindo desafectos. Nem vale a pena mencionar o espartilho partidário: Lisboa é pequena e provinciana (o Porto é pior), os restaurantes de jeito escasseiam e os bares em voga, por definição, são poucos. Toda a gente se roça mútua e publicamente aqui e ali. Antipatiza-se com uns, simpatiza-se com os restantes, não importa: o resultado é uma enviesada desgraça. Lembro-me de um «vulto» da crónica nacional a quem apetecia desancar Paulo Portas, mas que não o fazia «por ser amigo dele». A fidelidade ao amigo ficou-lhe bem; a profissão nem tanto.
À semelhança do IRS dos políticos, aos cronistas deveria ser exigida e tornada pública a declaração anual de relações pessoais. Ao menos perceberíamos de quem se fala quando se fala da «grande promessa que o parlamento revelou» ou desse «ministro emocionalmente débil, tendencialmente autoritário e um acabado cabrão». Ou sim, ou sopas. Os blogues, Deus os guarde, começaram pelo «sim», mas alguns já arrastam a colher para as «sopas». É a arte de ser português.
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