July 19, 2003

INCRÍVEL 1
Estou sentado no terraço a folhear jornais. Por ser o primeiro dia de férias trouxe na molhada de papel o «Semanário». Já nem sabia que existia. Qualquer semelhança entre um jornal e aquela publicação é pura coincidência. Na capa há desde recados a campanhas, passando por especulações e suposições - que lá foram sendo impressas. Nem percebo quel o sentido disto: só deve ser mesmo lido nos gabinetes de ministérios e direcções-gerais e deve haver quem pense que é boa maneira de fazer chegar recados a alguém conseguir publicar alguma coisa no jornal. Já tinha reparado, desde há uns anos, que há muitos políticos (desde que estejam em posição de serem considerados «boas fontes») que usam esse método: descaem-se com uma afirmação, na altura apenas um desejo ou uma intenção, para que alguém a publique como verídica e se consiga, eventualmente, que o desejo se transforme em realidade porque alguém achou que já estava assim decidido. Também já reparei que alguns ministros telecomandam a governação de outros ministérios com farto recurso a este método. O maior especialista nessa prática, no entanto, não está neste Governo - estava no anterior. Aceitam-se apostas sobre o seu nome.