HOJE A ESQUINA ESTÁ NAS BANCAS
Já se sabe, sexta-feira é dia da edição impressa da ESQUINA, nas páginas do «Jornal de Negócios». Na coluna de hoje dediquei-me à polémica sobre o que estou a fazer hoje em dia: organizar uma mais próxima colaboração entre o serviço público de televisão e a sociedade.
Excertos:
«...A ideia que me agrada no conceito de abertura de um canal de televisão à sociedade é, fundamentalmente, a de viver um desafio da comunicação: conseguir novos intervenientes, novas mensagens, mais proximidade, menos exclusão. Alguns dirão que é uma utopia irrealizável. Eu acho que é um desafio possível. E acho que muita gente que se afirma contra o projecto, se tivesse sido autora da ideia, a estaria a defender com unhas e dentes. Mas isto faz parte do cinismo do costume.
...
Na minha opinião grande parte do panorama mediático português é ocupado pelos mesmos protagonistas: os mesmos políticos, os mesmos sindicalistas, os mesmos autarcas, os mesmos especialistas, os mesmos artistas, os mesmos clubes, os mesmos dirigentes. Este grupo de protagonistas, a que eu costumo chamar em jeito de brincadeira «os cromos do costume», funciona em círculo fechado com o auxílio dos próprios media. São sempre os mesmos que se comentam uns aos outros (e esta é uma das grandes limitações democráticas daquela estranha forma de jornalismo que chega a privilegiar a reacção à própria notícia), e a agenda noticiosa é dominada por eles, não tanto pela importância de facto do que fazem, mas pela relação perversa de cumplicidade que estabeleceram com os media.
...
Acontece que, há anos, ouço gente de valor e de mérito a queixar-se de que tem coisas interessantes a dizer e que não consegue ter acesso a nenhum local onde seja relevante dizê-las. Resolver esta questão do acesso, sair fora do universo dos «cromos do costume» - ou seja, ir sempre descobrindo novos cromos, é parte do que me interessa fazer – e é um dos conceitos fundadores do projecto de abertura do novo canal 2.
Um processo destes não se faz por decreto – mas a nova Lei da Televisão aprovada esta semana na Assembleia da República, apesar de mais tímida do que eu desejaria, permite começar a trabalhar nesse sentido. Um processo destes tem que ser constante: não se abre no dia 5 e fecha no dia 20, como os saldos. Não é uma excepção, é uma regra que exige ter atenção, procurar constantemente quem pode te alguma coisa interessante a dizer em prol da sociedade, quem pode ajudar. A abertura à sociedade não é uma inauguração, é um método de trabalho. Um método de trabalho que há muito anda esquecido de bastantes media.»
Já se sabe, sexta-feira é dia da edição impressa da ESQUINA, nas páginas do «Jornal de Negócios». Na coluna de hoje dediquei-me à polémica sobre o que estou a fazer hoje em dia: organizar uma mais próxima colaboração entre o serviço público de televisão e a sociedade.
Excertos:
«...A ideia que me agrada no conceito de abertura de um canal de televisão à sociedade é, fundamentalmente, a de viver um desafio da comunicação: conseguir novos intervenientes, novas mensagens, mais proximidade, menos exclusão. Alguns dirão que é uma utopia irrealizável. Eu acho que é um desafio possível. E acho que muita gente que se afirma contra o projecto, se tivesse sido autora da ideia, a estaria a defender com unhas e dentes. Mas isto faz parte do cinismo do costume.
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Na minha opinião grande parte do panorama mediático português é ocupado pelos mesmos protagonistas: os mesmos políticos, os mesmos sindicalistas, os mesmos autarcas, os mesmos especialistas, os mesmos artistas, os mesmos clubes, os mesmos dirigentes. Este grupo de protagonistas, a que eu costumo chamar em jeito de brincadeira «os cromos do costume», funciona em círculo fechado com o auxílio dos próprios media. São sempre os mesmos que se comentam uns aos outros (e esta é uma das grandes limitações democráticas daquela estranha forma de jornalismo que chega a privilegiar a reacção à própria notícia), e a agenda noticiosa é dominada por eles, não tanto pela importância de facto do que fazem, mas pela relação perversa de cumplicidade que estabeleceram com os media.
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Acontece que, há anos, ouço gente de valor e de mérito a queixar-se de que tem coisas interessantes a dizer e que não consegue ter acesso a nenhum local onde seja relevante dizê-las. Resolver esta questão do acesso, sair fora do universo dos «cromos do costume» - ou seja, ir sempre descobrindo novos cromos, é parte do que me interessa fazer – e é um dos conceitos fundadores do projecto de abertura do novo canal 2.
Um processo destes não se faz por decreto – mas a nova Lei da Televisão aprovada esta semana na Assembleia da República, apesar de mais tímida do que eu desejaria, permite começar a trabalhar nesse sentido. Um processo destes tem que ser constante: não se abre no dia 5 e fecha no dia 20, como os saldos. Não é uma excepção, é uma regra que exige ter atenção, procurar constantemente quem pode te alguma coisa interessante a dizer em prol da sociedade, quem pode ajudar. A abertura à sociedade não é uma inauguração, é um método de trabalho. Um método de trabalho que há muito anda esquecido de bastantes media.»
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