June 12, 2005

OUVIR – Foi desta que me converti ao iPod. Comprei um dos mini, de 6 GB, e não quero outra coisa. Já meti lá dentro uma dúzia dos meus CD’s mais queridos e encontrei um novo hobby que é fazer listas das minhas canções e músicas preferidas e ir colocando-as na máquina. Agora mesmo estou a ouvir os Byrds – de que tinha saudades sem saber. Finalmente consigo ouvir os meus discos antigos em qualquer altura sem ter que carregar a casa atrás. E vou pondo e tirando as novidades, que dantes mal tinha tempo para ouvir em casa, metade delas descobertas no iTunes, como o novo dos Coldplay.

DESCOBRIR – Os novos trabalhos, pintura sobre papel, de Inez Teixeira continuam a expressar uma visão muito orgânica – mas nesta nova exposição aprofundam esse caminho e criam momentos quase viscerais de enorme impacto. «Cursor» é o título da exposição que fica no Palácio Nacional de Queluz até 21 de Agosto – boa ideia esta de expôr arte contemporãnea em salas tradicionais de palácios e monumentos nacionais, o IPPAR está de parabéns.

COMIDINHA – Aconteceu-me esta semana que redescobri o prazer das coisas simples no Santo António de Alfama, um restaurante no Beco de São Miguel. Local simpático, serviço atento, ambiente de bairro popular. Bons petiscos, boas entradas, preço razoável e uma esplanada agradável. A comandar (bem) as operações está agora um jovem actor, o José Pedro Vasconcelos. Tel. 218 881 328, fecha às terças.

ENSINAR A VER - O Governo da Catalunha vai lançar um programa de educação audiovisual que se destina a ensinar as crianças e os jovens a diferenciar ficção e realidade, onde encontrar informaçãoo, como interpretá-la e analisá-la e também adquirir conceitos referentes às mensagens publicitárias. A experiência vai arrancar em 50 escolas no próximo ano lectivo no ensino infatil, primário e secundário e será transversal a várias disciplinas.

SEM COMENTÁRIOS - A Comissão Europeia aprovou o princípio da concessão de financiamento estatal pela França à criação da CFII, Chaîne Française d’Information Internationale, o canal noticioso que pretende ser a resposta estatal francesa à privada norte-americana CNN. O novo canal será operado em conjunto pela FR 1 (privada, grupo Bouygues) e pela estação pública France Telévision. A declaração oficial da Comissão Europeia considera que «o projecto oferece garantias suficientes contra o risco de distorção da concorrência».

PRINCÍPIOS - Por ocasião da celebração do 25º aniversário da CNN, o seu fundador, Ted Turner, afirmou que a estação devia dedicar-se mais a cobrir o noticiário internacional e a falar do meio ambiente, em vez de privilegiar assuntos triviais e as desgraças e perversões do dia-a-dia. A afirmação foi feita num discurso aos colaboradores da CNN, no qual Turner sublinhou que o seu objectivo era que a CNN fosse uma referência do melhor jornalismo e não da informação tablóide.

AS CRIANÇAS E O DINHEIRO - A Merrill Lynch está a trabalhar em parceria com os produtores norte-americanos e criadores originais da «Rua Sésamo» para desenvolver conteúdos que incutam nas crianças uma percepção mais global do mundo actual e que as ensinem a lidar com questões financeiras. Esta firma de gestão de investimentos atribuíu cinco milhoes de dólares à Sesame Workshop, a produtora do programa, com o objectivo de fomentar a percepção entre as crianças dos cuidados a ter com o dinheiro, abordando questões como a poupança, os juros e o crédito, por exemplo. «Estamos a promover o conhecimento na área financeira, que é uma área decisiva do conhecimento pessoal no mundo contemporâneo» - sublinharam responsáveis do banco.

PAGAR – Cada vez que daqui a uns meses comprar um disco ou um livro, um quinto do que pago irá para o Estado. Na realidade um quinto de tudo o que eu comprar passará a ir para o Estado ladrão. É IVA demais. É um roubo. Em três anos o IVA em Portugal terá subido quatro por cento – e imposto que sobe, já se sabe, não baixa mais. Não há lógica, nem moral. Muito gostava de ver um estudo comparado, de leitura simples, sobre o IVA nos Estados da União Europeia. Em Portugal a maior parte do que ganhamos vai, directa ou indirectamente, para sustentar o Estado – que nem sequer funciona. É uma pouca-vergonha.

BACK TO BASICS – O objectivo da política não é a verdade, nem fazer o bem.

REMATE - Como diz Agustina Bessa-Luís, mais vale gerir o mal do que pregar o bem.