JORNALISMO REACÇÃO
Uma das pequenas perversões do nosso jornalismo corrente, que me parece ter começado nos tempos iniciais da TSF, é aquilo a que chamo jornalismo-reacção. O método é simples: alguém toma uma posição e, de seguida, baseado numa interpretação sui-generis do contraditório, passa-se à fase em que a notícia deixa de ser o que foi anunciado, o que aconteceu de facto, para ser sobretudo a teia de reacções que são procuradas mesmo que naturalmente não existam. Ou seja, o facto deixa de ser a notícia e a notícia passa a ser o conjunto de reacções ao facto. Como é bom de ver isto produz um caos de comunicação, inverte o primado do facto e erege a opinião em notícia. Tudo ao contrário, portanto. O mais grave é que, na realidade, os factos noticiosos passam a ter menos destaque e menos explicação do que a reacção que provocam. Ou seja, muito dificilmente os públicos percebem a essência daquilo que aconteceu e provocou a reacção e ao longo dos anos os jornalistas habituaram-se a considerar as reacções por eles provocadas ao mesmo nível dos factos que as originam. Acontece que isto é um desvirtuar das regras básicas do jornalismo e uma subversão do princípio do pluralismo: muito facilmente por este processo as opiniões de sectores pouco representativos em termos eleitorais ganham mais amplitude do que aquelas que maior votação eleitoral obtiveram.
Uma das pequenas perversões do nosso jornalismo corrente, que me parece ter começado nos tempos iniciais da TSF, é aquilo a que chamo jornalismo-reacção. O método é simples: alguém toma uma posição e, de seguida, baseado numa interpretação sui-generis do contraditório, passa-se à fase em que a notícia deixa de ser o que foi anunciado, o que aconteceu de facto, para ser sobretudo a teia de reacções que são procuradas mesmo que naturalmente não existam. Ou seja, o facto deixa de ser a notícia e a notícia passa a ser o conjunto de reacções ao facto. Como é bom de ver isto produz um caos de comunicação, inverte o primado do facto e erege a opinião em notícia. Tudo ao contrário, portanto. O mais grave é que, na realidade, os factos noticiosos passam a ter menos destaque e menos explicação do que a reacção que provocam. Ou seja, muito dificilmente os públicos percebem a essência daquilo que aconteceu e provocou a reacção e ao longo dos anos os jornalistas habituaram-se a considerar as reacções por eles provocadas ao mesmo nível dos factos que as originam. Acontece que isto é um desvirtuar das regras básicas do jornalismo e uma subversão do princípio do pluralismo: muito facilmente por este processo as opiniões de sectores pouco representativos em termos eleitorais ganham mais amplitude do que aquelas que maior votação eleitoral obtiveram.
<< Home